Por Maria Helena Esteban @mariahelenaesteban | Fotos Filico @fredericodesouza.filico | Copyright Fato Editorial

Há mais de uma década, o carioca Rodrigo Guimarães vem trilhando um caminho estelar. Seu apetite pela gastronomia foi forjado naturalmente: em meio à família portuguesa, amante de reuniões em torno da mesa farta.

A primeira grande escola foi sua casa. E, quando despertou para a vocação, já adulto, se entusiasmou com uma Espanha que apresentava ao mundo a Cozinha Molecular.

Em busca de aperfeiçoamento, @rodrigoguimaraes7 partiu para a Península Ibérica. E depois, por aqui, acabou sendo sous chef de ninguém menos que o estrelado Felipe Bronze. Um caminho ascendente até ser surpreendido, junto com o Planeta, pela pandemia de 2019.

Reviravolta que deu certo

Trancado em seu condomínio no Alto Leblon, o chef decidiu oferecer aos vizinhos seus pratos. Usando ingredientes familiares, com preços mais ou menos acessíveis, despretensiosamente nascia o Chef At Home (@chef.athome.rj), que logo se mostrou lucrativo e promissor.

Na mesma toada de “por que não?”, Rodrigo entrou no Mestre do Sabor (@mestredosabor), programa da TV Globo. A cada semana de permanência, viu seu fã clube crescer e terminou, em julho, com mais de 57 mil seguidores no Instagram e com o título de campeão da terceira temporada.

Ainda se adaptando ao novo status de chef celebridade, Rodrigo nos recebeu para o papo que segue e para fotos. Tudo na cozinha industrial onde prepara os cardápios delicados e exclusivos ¬ que entrega de quinta a domingo, para ser finalizado, com suas orientações, pelo cliente.

“Tento conciliar técnicas, sabores e apresentações vanguardistas internacionais com produtos e tradições brasileiras.”

Chef Rodrigo Guimarães. Foto: Filico.

Durante sua formação e carreira (antes de chegar à tevê), qual foi o ponto mais importante?

O ponto mais importante, sem dúvida, foi minha experiência como cozinheiro na Europa e, logo depois, uma conclusão de uma pós-graduação realizada também na Espanha. Isso me deu muito preparo.

Quais são suas referências na cozinha?

Em uma cozinha informal, tive a melhor escola de todas, minha mãe é uma cozinheira de mão cheia! Quanto ao lado gastronômico profissional tento conciliar técnicas, sabores e apresentações vanguardistas internacionais com produtos e tradições brasileiras.

Você trabalhou e estudou na Espanha. Por que escolheu a Espanha e o que ficou daquele país em seu trabalho?

Na época que estava finalizando meu curso no Rio, estava acontecendo um grande movimento da cozinha espanhola. Na época era chamado de Cozinha Molecular. Uma cozinha de muita personalidade, com pegada futurística, onde se trabalhava muito texturas e apresentações inusitadas. Era uma revolução da nova cozinha espanhola. Fiquei muito interessado e fui vivenciar lá.

“Cozinha molecular: era uma revolução da nova cozinha espanhola. Fiquei muito interessado e fui vivenciar lá.”

Chef Rodrigo Guimarães

As mudanças que a pandemia trouxe para você foram radicais, mas acabaram por ser muito positivas profissionalmente. Quando você começou a oferecer cardápios em seu condomínio tinha planos de crescimento a médio e longo prazo?

Comecei de uma forma muito despretensiosa, quando dei por mim já não conseguia fazer e estocar minhas preparações. Foi assim que mudei para uma cozinha industrial que funciona até hoje.  Isso me deu vontade de ir cada vez mais longe e não tive vontade de parar! Hoje temos quase dois anos e ainda continuamos crescendo. 

Como você define a comida que serve no Chef At Home?

Fazemos hoje uma cozinha de tradição com técnicas contemporâneas.

Outra mudança grande foi participar do programa Mestre do Sabor. O que o motivou a entrar na competição?

Tive uma necessidade de me apresentar para futuros clientes. Usei o programa como vitrine pra mostrar minha filosofia e trabalho.  Onde felizmente me destaquei em meio de tantos profissionais excelentes!  Acredito que foi o melhor marketing possível (risos)!

Revista Estação Zona Sul Primavera

Quais foram as mudanças que sair vencedor no programa trouxe para sua vida profissional?

Tivemos uma explosão de pedidos. Precisava disso para me consolidar no mercado e começarmos um outro projeto que hoje são os eventos em casa. Que hoje estamos fazendo com força total! 

Como era e como ficou a rotina no Chef At Home, antes e depois do Mestre do Sabor?

Nossos pedidos que já tinham um bom número, triplicaram. Consequentemente, aumentamos nossos equipamentos e o número de profissionais.  Estamos bombando e realizando inúmeros trabalhos. 

Como é o público que o conheceu através da tevê? A relação com ele está influenciando de alguma forma em suas criações ou planos?

Meu público nas redes sociais abrange hoje todo território nacional, são pessoas de várias culturas diferentes. Nossos pratos e filosofia na cozinha continuam os mesmos, a influência que sofri foi uma criação de curso on-line que, por inúmeros pedidos, já está em desenvolvimento.

Atualmente, onde você busca se aprimorar e se inspirar? Quais são suas referências?

Para manter nossos preços acessíveis, nossas criações e inspirações vêm dos produtos sazonais, onde trabalhamos com o produto no seu ápice. Tendo um melhor resultado financeiro e também no produto final. A matéria-prima nos inspira! 

” A mesa carioca é uma cozinha saborosa e descomplicada. É uma cozinha alegre, onde o verdadeiro motivo é reunir famílias.”

Chef Rodrigo Guimarães. Foto: Filico.

Como você define a mesa carioca?

A mesa carioca é uma grande mistura de influências, além disso é uma cozinha saborosa e descomplicada. É uma cozinha alegre, onde o verdadeiro motivo é reunir famílias e amigos pra compartilhar momentos ao ar livre, sempre com uma boa cerveja gelada

Onde você gosta de comer, quando não está cozinhando?

Eu sou um legítimo carioca, procuro sempre lugares despretensiosos que mesmo assim oferecem uma excelente comida. Casas de familiares com os sobrenomes “Guimarães da Silva” nunca me decepcionaram!

Assista a entrevista com o Chef Rodrigo Guimarães na íntegra no vídeo abaixo:

Revista Estação: bastidores com Rodrigo Guimarães