Ela é o sabor em forma de camadas. A lasanha é aquele tipo de massa que merece uma atenção especial à mesa. Preferida até por personagens famosos dos desenhos animados, a legítima lasagna tem muito mais história pra contar do que você imagina, além de ter um dia só pra ela no calendário. Vamos degustar uma lasanha juntos?
Você sabia que o dia da lasanha é comemorado em 29 de julho?
Um nome que diz muito
O homem, há cerca de 8 mil anos atrás, descobriu os cereais e começou a comer seus grãos crus. Ao quebrar os grãos, batendo com pedras, teve acesso à “farinha”. O passo seguinte na evolução gastronômica foi a adição de água à farinha, transformando-a numa papa, substanciosa e nutriente.
Os gregos deram a essas papas o nome de poltos, que literalmente significa polenta e que assume um significado onomatopéico pelo som que a farinha faz entrando na água.
Os Romanos, antes que se estabilizasse o uso do pão no século II a.C., usavam esse tipo de papa, à base de gramináceas, chamando-a de pultes. Usava-se sobretudo um cereal chamado farro – do latim far de onde deriva o nome farinha e o verbo facere – fazer).
Os cereais estão presentes na história da civilização, dando origem a alimentos como farinhas, pães, pizzas e massas.
Essas papas formaram a base da culinária, e tudo aquilo que as acompanhava era chamado de pulmentum. No italiano moderno a palavra “companatico” significa tudo aquilo que acompanha o pão – do latim medieval cumpanaticum, ampliação de cum e panis, literalmente, junto com o pão.
Essa papa densa, colocada a secar no sol, ou assando sobre pedras (acrescentando azeite de oliva ou outras gorduras), começou a ter o formato de uma comida sólida, parecida com as atuais piadine, ou farinate, ou, as mais conhecidas pizzas.
Da farinha à lasanha
Na Grécia, esta massa assada pegava o nome de testuacium e, não por acaso na região da Ligúria, existe ainda hoje uma massa, assada sobre um disco de ferro ardente chamada testarolo. Tal formato de massa assada e cortada depois em tiras ou em pedaços é acrescentada de molhos à base de peixe ou de outros caldos e constitui a mais primitiva forma de massa alimentar que nós conhecemos e que, sempre na língua grega, assume o nome de laganon.
Em Roma chamava-se de laganae e era muitas vezes frita em óleo ou cozida em caldos e condimentada com o famoso garum, molho feito com os miúdos do peixe secos ao sol, ou ainda servida como doce.
A etimologia revela: a lasanha e o rolo de macarrão têm a mesma origem.
Ainda hoje, no sul da Itália, existem algumas massas que conservam o nome de làgana ou laganella. Desse termo deriva o termo laganatura que designa o rolo para esticar o macarrão. E, consequentemente, do termo latim làgana deriva o moderno nome lasagna – lasanha.
A lasagna italiana
Sendo a Itália o berço da lasanha, o sucesso do prato ao redor do mundo já estava certo. Afinal, todo mundo sabe que os italianos comem muito bem e é inegável a presença das massas no dia a dia dos comensais.
De forma geral, a lasanha na Itália é consumida como primeiro prato ou como prato único. A mais consumida é à bolonhesa, mas existem inúmeras versões com carne, com peixe ou com vegetais da estação.
Versão brasileira
A lasanha, apesar de importada, também sofre suas adaptações de acordo com a gastronomia de cada local. E a versão brasileira, assim como para as todas as massas, geralmente é mais pesada, com uso abundante de molho. Mas de modo geral, é feita de forma bem parecida com a lasanha servida no país da bota.
Anote as dicas para uma lasanha bem italiana (com o toque carioca de coração).
Preparando sua lasanha
Que lasanha é uma delícia, isso é inegável. Mas será que você sabe preparar uma legítima lasanha italiana?
São 3 fases distintas: fazer a massa fresca, fazer o recheio e fazer o molho branco. Daí é só montar e assar. Não é um preparo fácil, é demorado, mas o resultado quando bem feita é bem bom.
Inicialmente, a montagem ocorre no tabuleiro com uma primeira camada de molho branco, em seguida adiciona-se uma camada de massa, uma de recheio, uma de queijo e novamente o molho branco que fecha a montagem (pelo menos 3 camadas de cada – molho branco, massa, recheio, queijo).
Ao final, o prato é assado rigorosamente no forno e há quem prefira colocar a massa ainda crua. Todavia, é possível e opcional cozinhar a massa primeiro antes de assá-la.
E os recheios?
Apesar dos sabores mais clássicos, o “céu é o limite”, desde que tudo faça sentido, para não correr o risco do prato virar uma “gororoba sem noção”.
Na gastronomia pode tudo. Mas há de ter equilíbrio e harmonia entre os sabores.
Dentre os sabores mais conhecidos, as lasanhas mais encorpadas são as de carne, sobretudo de carne moída. Entretanto, fazem sucesso as lasanhas com vegetais, funghi, abobrinhas, radicchio, alcachofras ou as de frutos do mar, com molho bechamel (branco), eventualmente saborizado com tomate ou outros ingredientes devidamente equilibrados.
Para comer na hora e para os práticos
Se você não resiste ao sabor de uma lasanha quentinha saída do forno, a dica é dar uma passada no Zona Sul mais perto de você com serviço de spaghetteria. Tem lasanha bolonhesa e de berinjela para quem ama um prato bem colorido! Afinal, o supermercado mais amado do Rio é um lugar para você se conectar ao amor pela gastronomia.
Já para os práticos, que querem comer bem sem sair de casa, a dica é experimentar as lasanhas Cozinha do Mercado, delícias que só tem no Zona Sul!