O Rio de Janeiro é repleto de histórias! Alguns espaços, costumes, comidas, músicas, entre outras formas de expressão artística são tão marcantes na cultura da cidade que foram consideradas Patrimônio Imaterial. Entre esses registros estão locais de fácil acesso, que valem sua visita. Anote o seu próximo roteiro e convide os amigos para um passeio carioca de coração.

Aqui você vai ver:

O que é um patrimônio imaterial?

Os bens culturais da cidade que estão na memória afetiva de moradores e turistas são os chamados Patrimônios Imateriais do Rio, classificados pelo IPRH (Instituto Rio Patrimônio da Humanidade).

Eles dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas (fonte: IPHAN).

Entre alguns patrimônios imateriais da cidade estão a bossa-nova, os bate-bolas, o chorinho, os vendedores de mate e biscoito de polvilho na praia, os sambas de enredo e até mesmo o frescobol. Outros exemplos de patrimônios imateriais pelo Brasil e pelo mundo são as formas de preparar o famoso queijo artesanal mineiro e a arte do pizzaiolo napolitano.

Dos patrimônios culturais imateriais da humanidade pela UNESCO, 5 são costumes brasileiros: o frevo, a roda de capoeira, o samba de roda, o Círio de Nazaré e a Arte Kusiwa dos povos indígenas Wajãpi, no Amapá.

“São exemplos de patrimônio cultural imaterial: os sabores, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, os costumes e outras tradições.”

Fonte: MultiRio.

Roteiro cultural carioca

Além dos patrimônios imateriais que englobam formas de expressão, também estão locais que representam muito da história do Rio e podem ser facilmente visitados. Alguns estão mais perto do que você imagina e outros são rotineiramente frequentados por clientes que não faziam ideia da importância cultural dos seus points preferidos.

Faça já sua checklist para um roteiro cultural carioca:

Feira de São Cristóvão

Carne de sol com manteiga de garrafa, queijo coalho, guaraná Jesus e muitas outras delícias típicas do nordeste brasileiro legitimamente representadas na maior feira de cultura típica da cidade.

Foi em 1945 que os primeiros retirantes nordestinos começaram a dar origem à Feira de São Cristóvão. Na época, os retirantes que chegavam para trabalhar na construção civil se reuniam no Campo de São Cristóvão para comer, beber e festejar.

Nos anos 60 foi construído, com o projeto do arquiteto Sérgio Bernardes, o Pavilhão de São Cristóvão, reformado pela Prefeitura do Rio em 2003, e transformado no Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, que atualmente abriga cerca de 700 barracas com comidas, artesanato e objetos do folclore nordestino. Além do comércio, o espaço dispõe de palcos para apresentações de danças e músicas típicas, como forró, xote, baião e xaxado. A música é de qualidade e não adianta ficar parado!

O Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, mediante uma lei federal de 2010.

Localização: Campo São Cristóvão, s/nº – São Cristóvão.

Beco das Garrafas

Ao final da década de 50, músicos se reuniam na travessa entre os números 21 e 37 da Rua Duvivier, em Copacabana, para se apresentarem nas concorridas casas de shows do beco. Se por um lado tudo era alegria, por outro, os vizinhos enfurecidos com a barulheira arremessavam garrafas para conseguir sanar a farra dos boêmios. Tal fato deu origem ao nome “Beco das Garrafas”.

Elis Regina, Wilson Simonal, Jorge Ben, Edu Lobo, Baden Powell, além dos produtores Luis Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli passaram por lá. Após reforma, o Beco das Garrafas foi redescoberto depois de anos de abandono. O beco mudou, mas a essência do lugar é a mesma: dar oportunidade para novos talentos se apresentarem diariamente, com destaque para a Bossa Nova.

Baile Charme de Madureira

Se você achou que a fama de Madureira era por conta apenas do comércio, é porque ainda não dançou no famoso Baile Charme, que acontece debaixo do principal viaduto do bairro, o Viaduto Negrão de Lima.

Antes uma área degradada, o espaço ocioso sob o viaduto deu lugar a um polo de afirmação das manifestações culturais, com destaque para o “casamento” do charme com o hip-hop, movimento iniciado nos anos 90, ressignificando a identidade do bairro, que tinha sua imagem vinculada ao samba.

“Um dos bailes blacks mais antigos do Rio de Janeiro.”

Fonte: @viadutodemadureira

Com a presença de vários DJs, hoje o baile do Viaduto de Madureira recebe não só os moradores do bairro, mas visitantes de todas as partes do Rio e de fora da cidade.

No bairro você também encontra outro patrimônio imaterial do Rio, que é o Mercadão de Madureira.

Feira Hippie de Ipanema

Quem passa pela Praça General Osório aos domingos sabe que o local se torna uma grande galeria de arte e de comércio a céu aberto. A Feira Hippie de Ipanema tem fama internacional e já foi frequentada por artistas como Janis Joplin, Ney Matogrosso, entre outros.

A Praça General Osório foi o ponto de partida para a urbanização de Ipanema no início do século XIX. Também foi lá que alguns artistas plásticos começaram a expor seus trabalhos na década de 60. Em pouco tempo, com a chegada dos hippies e mochileiros vindos de diversas partes do Brasil e de outros países, a feira se tornou algo realmente efervescente culturalmente.

Hoje em dia, a Feira de Ipanema resiste para manter a sua caracterização como ponto de arte e produtos artesanais, dividindo espaço com o comércio de roupas e produtos industrializados, mas sem perder sua essência.

Aproveite seu passeio na Praça General Osório em Ipanema para fazer um lanche nas lojas Zona Sul do bairro, localizadas na Rua Barão da Torre, Rua Prudente de Moraes e Rua Visconde de Pirajá.

Aproveite o passeio em Ipanema e faça um “pit stop” no supermercado mais amado do Rio.

Espaço Ciência Viva

Que tal levar as crianças para mergulhar no mundo da ciência?

O Espaço Ciência Viva foi o primeiro museu participativo de ciências do Brasil, fundado em 1982 por um grupo de cientistas, pesquisadores e educadores, com o objetivo de aproximar a Ciência do dia a dia da sociedade.

Localizado na Avenida Heitor Beltrão, 321, na Tijuca, o espaço realiza eventos gratuitos e visitas guiadas a preços acessíveis para grupos e estudantes, com atividades que abrangem desde temas como sustentabilidade, corpo humano e natureza até observações do céu com o uso de telescópios.

Com a Lei nº 5.536, de 17 de outubro de 2012, o Espaço tornou-se um bem de natureza imaterial da cidade do Rio de Janeiro, em face de sua relevante concentração cultural-artístico-científica, que aproxima a sociedade da Ciência.

Patrimônio cultural: os botecos e bares do Rio

Ama uma boa comida de boteco? Além dos patrimônios imateriais da cidade, você também pode esticar o seu passeios pelos 26 bares e botequins tradicionais do Rio, cadastrados como Patrimônio Cultural, não só pelas receitas famosas mas pela importância dos locais como espaços de convivência democrática.

Os decretos nº 34.869, de 2011, e nº 36.605, de 2012, incluem também como proposta a conservação da identidade de cada um dos locais, evitando a padronização. Confira o Cadastro dos Bares e Botequins Tradicionais da cidade.

Conheça também outros roteiros culturais pela Cidade Maravilhosa, além dos melhores lugares para fazer seu piquenique com a família, restaurantes e estabelecimentos pet-friendly ou aquela programação gratuita para aproveitar no fim de semana.