O amarelo da nossa bandeira já revela: o Brasil é uma celeiro de tesouros, inclusive na gastronomia. Além de cachaças, cervejas e vinhos, nosso país tem se destacado na produção de queijos cada vez mais reconhecidos e premiados internacionalmente, conquistando diversos títulos no famoso concurso Mondial du Fromage e no “Oscar do Queijo”, o World Cheese. Suba nesse pódio com a gente e saboreie o gostinho da vitória!

Aqui você vai ver:

Os badalados concursos mundiais

Assim como no mundo dos esportes, moda ou artes, a gastronomia também é segmentada em diferentes categorias reconhecidas através de concursos locais e internacionais. A curadoria de especialistas faz com que a cada ano as novidades tragam mais sabor e tecnologia às nossas mesas.

A globalização desses concursos permite que delícias regionais alcancem os menus mundiais, obtendo seu devido reconhecimento, como é o caso de diversos queijos brasileiros, premiados no Mondial du Fromage e no World Cheese Awards.

Vários queijos brasileiros foram premiados nos mais importantes concursos mundiais.

Mondial du Fromage

Desde a sua criação em 2013, o Mondial du Fromage et des Produits Laitiers tornou-se uma tradição imperdível para a indústria de queijos. O evento reúne refinadores, produtores de laticínios, distribuidores, fabricantes de equipamentos, chefs, entre outros profissionais do ramo para apresentarem o know-how e novidades do mundo dos laticínios.

O concurso é promovido pela Guilde Internacionale des Fromagers, uma associação francesa sem fins lucrativos que visa federar toda a indústria de laticínios em qualquer nível. Está presente em 43 países e conta com 9 mil membros ao redor do mundo.

Na 5ª edição, organizada de 12 a 14 de setembro de 2021 mais de 940 queijos produzidos em 46 países participaram da competição e o Brasil conquistou 57 das 331 medalhas totais, o que representa cerca de 17% das premiações da Copa do Mundo dos queijos.

O Brasil ficou em segundo lugar no ranking de medalhas do Mondial du Fromage, perdendo somente para a França.

Os Estados brasileiros com maior número de queijos premiados foram Minas e São Paulo. Entretanto, entre os participantes também estavam representantes do Pará, Mato Grosso do Sul, Paraná e Goiás, provando que nosso país é um grande tesouro da boa gastronomia.

A lista dos queijos nacionais que receberam prêmios é longa e pode ser acessada na íntegra neste documento publicado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo.

World Cheese Awards

Além do Mondial do Fromage, considerada a Copa do Mundo dos queijos, outro concurso em escala global também contou com a participação e premiação de queijos brasileiros.

O World Cheese Awards é a competição internacional de queijos mais reconhecida do continente europeu e uma das mais mais importantes do mundo. Organizado pelo The Guild of Fine Food, o World Cheese Awards reúne profissionais dedicados ao queijo há décadas.

Em sua 33ª edição, 4.000 queijos dos 5 continentes participaram do concurso internacional e o Brasil conquistou 14 medalhas, entre ouro, prata e bronze.

Cerca de 40 queijos brasileiros competiram com outros 4 mil e o resultado final está no portal Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O ouro de Minas

Um ponto a se ressaltar é o fato de que, apesar de Minas Gerais ser o Estado mais associado à produção de queijos brasileiros, outros também dominam a atividade, cada qual com sua característica. Todavia, o queijo artesanal mineiro possui sua tradição e importância no cenário nacional.

O queijo Minas artesanal já é reconhecido como um patrimônio imaterial nacional. Em 15 de maio de 2008, aprovou-se, por aclamação, o registro do modo artesanal de fazer queijo Minas como patrimônio imaterial brasileiro, devido à sua representação de “mineiridade” e tradições culturais (fonte).

Regiões produtoras de queijos em Minas Gerais. Infográfico: Zona Sul.

Porém, apesar da fama, o reconhecimento da origem da produção dos nossos queijos é recente. Na última década, Minas Gerais, em parceria com diversos órgãos, delimitou geograficamente quatro regiões do interior do Estado com base nos parâmetros: altitude, pastagens, clima e principalmente cultura e tradição, conseguindo formalizar o batismo dos queijos do Serro, Araxá, Serra do Salitre e Canastra.

A denominação facilita a identificação com clareza da individualidade dos queijos produzidos em cada área, assim como acontece no caso de diversos vinhos com denominação de origem.

“O Brasil está no caminho da valorização dos produtos genuínos.”

André Guedes, Expert Zona Sul

Além dos queijos batizados com os nomes das suas regiões de origem, existem outros queijos produzidos em Minas, como os tradicionais Meia Cura e Calambau, além de outros queijos premiados produzidos em outros Estados, como você pode conhecer a seguir.

Queijos premiados que você encontra aqui

Para ninguém ficar com água na boca, o Expert em queijos e frios André Guedes garimpou os queijos premiados que você encontra com facilidade aqui no Zona Sul, para você provar o sabor da vitória sem sair de casa.

Queijos brasileiros premiados em 2021 nos concursos internacionais. Infográfico: Zona Sul.

Bronze: Queijo Artesanal de Búfala Marajó Fazenda São Victor (Ilha do Marajó)

Produzido 100% com leite de búfala e o primeiro do Brasil a ser reconhecido pelo Selo Arte, o queijo artesanal Marajó Fazenda São Victor possui sabor único formado pela fermentação natural do leite. A textura macia e untuosa é obtida pelo cozimento em alta temperatura até a completa fusão da massa.

Um queijo com indicação geográfica produzido na ilha de Marajó, Pará.

Além do bronze no Mondial du Fromage 2021, o queijo também recebeu as premiações Super Ouro no Prêmio Queijo Brasil (Santa Catarina, 2018) e ouro em 2019.

Dicas de harmonização

A combinação perfeita com castanhas-do-Pará, o queijo também vai bem em receitas culinárias, como aperitivo e acompanhando sobremesas.

Para o Expert Dionísio Chaves, o vinho perfeito para combinar com o queijo premiado é o branco francês Nic Rager Chardonnay, que faz parte dos rótulos Vin De France.

Para André Guedes, o queijo Marajó em fatias sobre algumas metades de bananas maduras, flambadas com açúcar cristal e canela pode ser a sobremesa que você precisava para um dia mais feliz.

Queijo de búfala do Marajó flambado com banana, açúcar e canela: dica do Expert.

Prata: Queijo Cuesta 8 meses (São Paulo)

Elaborados em antigos tachos de cobre, em seguida os queijos passam por um processo de maturação de 8 meses sobre prateleiras de madeira, em caves subterrâneas que garantem estabilidade de temperatura e umidade, condições ideais a todo o processo de afinagem.

O queijo Cuesta é elaborado artesanalmente a partir do leite cru de vacas da raça Gir, criadas a pasto na Fazenda Sant’Anna em Pardinho/SP.

Durante sua maturação nas caves o queijo Cuesta entra em contato com um fungo especial, responsável por seu visual característico.

Sua aparência rústica contrasta com o sabor adocicado e bastante cremosidade. Sua casca possui sabor levemente amargo.

Premiações: Prata – Mondial du Fromage 2021, Super Ouro – Mondial du Fromage 2019, Super Ouro -Mundial do Queijo Araxá (SP) e Ouro – Prêmio Queijo Brasil.

Ouro: Queijo Cuestinha 2 meses (São Paulo)

O queijo Cuestinha tem um processo produtivo muito semelhante ao do queijo Cuesta com um sabor especial e textura mais cremosa, garantida pelo uso do leite de vacas Girsey, cruzamento entre as raças Gir e Jersey. O blend de leites traz novos toques de cremosidade e frescor ao queijo Cuestinha.

Seu período de maturação é de 2 meses. Por ter um formato menor que os outros queijos da linha, os fungos agem de forma mais intensa garantindo a cremosidade e características em menos tempo.

Experimente harmonizar seu Cuestinha com uma saborosa geleia de pimenta!

Premiação: ouro no Mondial du Fromage 2021,

SuperOuro: Mandala 12 meses (São Paulo)

Feito com um blend de leites respeitando sempre um mínimo de 50% de leite de vacas Gir, o Mandala concentra suas características em peças de aproximadamente 10 kg e todas são lavadas à mão semanalmente ao longo de 12 meses de afinagem nas caves, o que seleciona a flora da casca contribuindo para seu resultado final.

Características sensoriais: paladar amanteigado e untuosidade elevada.

Além de premiado com uma medalha Super Ouro no Mondial du Fromage 2021 na França, o queijo também foi prata no mesmo concurso em 2019 e Diamante no Mundial do Queijo em Araxá (SP), considerado o melhor do concurso.

Ouro: Queijo Vale do Testo (Paraná)

Com notas aromáticas que lembram caldo de carne, defumado e amêndoas, o queijo catarinense Vale do Testo possui maturação de 3 meses. A massa é compacta, com nenhuma ou mínimas olhaduras.

Sabor agradável e levemente amendoada, vai bem com vinho tinto Pinot Noir, pães de fermentação natural e frutas.

O nome Vale do Testo homenageia a região do Vale do Rio do Testo, que corta a cidade de Pomerode (onde é localizada a fábrica) e deságua no rio Itajaí.

Premiações: Ouro no World Cheese (Asturias, Espanha 2021) e Prata no Mundial Expo Queijo (Minas Gerais, Brasil 2021).

Bônus: os mineiros premiados D’Farm

Dois queijos mineiros premiados merecem sua atenção: o Serro D’Farm, bronze no concurso internacional Araxá 2021 e o Minas Artesanal Triângulo Mineiro D’Farm, medalha de prata na mesma premiação.

Uma dica para consumir seu queijo Serro é com uma cachacinha ou acompanhando doces, como uma boa marmelada ou goiabada, como sugere o portal de turismo da Prefeitura de Serro, MG.

Qual o queijo vai ganhar um lugar especial na sua mesa hoje? Experimente o seu medalhista e fique de olho nas dicas do Expert André Guedes.