A Itália, país já conhecido pela sua famosa gastronomia, também é um dos países mais tradicionais e reconhecidos globalmente quando o assunto é vitivinicultura. Classificado como pertencente ao Velho Mundo da produção dos vinhos, a Itália, com seu terroir propício ao cultivo das uvas, oferece mais de 350 variedades de castas para a criação dos mais tradicionais sabores aos blends mais surpreendentes.

Para conhecer melhor a riqueza geográfica italiana através dos vinhos, o Expert Dionísio Chaves selecionou diversos rótulos que representam bem algumas regiões, proporcionando uma viagem para os seus sentidos. Bom passeio!

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Regiões da Itália que você poderá conhecer nesta seleção de vinhos do Expert Dionísio Chaves.

Campania: Beneventano Falanghina

A Campânia ou Campania, em italiano, é uma região do Sul da Itália com a mais alta densidade populacional das regiões italianas e com o maior número de bens reconhecidos como Patrimônios da Humanidade pela UNESCO, como a Costa Amalfitana e a arte dos pizzaiolos de Nápoles (entre outros). É a terra da mozzarella de búfala e também de vinhos deliciosos e variados.

É também a terra da uva Falanghina, matéria-prima do vinho Branco Verena Beneventano Falanghina, indicado pelo Expert Dionísio Chaves.

Campania, região italiana conhecida como a terra da mozzarella de búfala.

Branco Verena Beneventano Falanghina I.G.T

Verena, nome presente no rótulo, é uma referência ao vulcão que está localizado perto dos vinhedos que originam esse vinho, elaborado com a Falanghina, uma uva branca do Sul da Itália, em Campania. Essa região abrange cerca de dez Indicações Geográficas diferentes, entre elas está o vinho I.G.T Beneventano, produzido pela Vinícola Botter.

Apesar de a Vinícola Botter estar localizada em Veneto, os diversos colaboradores e produtores a tornam uma marca abrangente, que permite a fabricação de diversos rótulos.

A Vinícola Botter é uma das maiores produtoras e exportadora de vinhos italianos: 1 em cada 35 garrafas de vinhos italianos exportados para o mundo é produzida pela Botter.

É um vinho branco leve, fresco, com aromas cítricos, bom equilíbrio e retrogosto muito agradável. Vai bem com peixes e frutos do mar, risotos e massas, como um bom fettuccine ao alho e óleo.

Quer harmonizar com um prato típico da região de Campania? A dica do Expert Piero Cagnin é um spaghetti alla Nerano. Siga o passo a passo do vídeo abaixo:

Spaghetti alla Nerano, por Piero Cagnin

Veneto e Botter Valpolicella

Vêneto, localizado no Nordeste italiano, é uma região famosa pelos seus românticos canais e pelas badaladas festas de Carnaval, culturalmente diferentes das nossas festas brasileiras. Abrange cidades como as famosas Veneza, Verona e Pádua. E é em Vêneto, mais especificamente em Verona, que está a zona de Valpolicella, área repleta de colinas, famosa pelo vinho de mesmo nome.

Também produzido na vinícola Botter, o vinho tinto Botter Valpolicella D.O.C representa fielmente essa região. Tinto de médio corpo, equilibrado, frutado e com final de boca agradável e macio, vai bem no prato principal. Ideal para acompanhar massas com molho vermelho, pizzas, frango assado e queijos leves.

Sicília e os vinhos Inycon

Para representar a região da Sicília, a maior ilha do Mediterrâneo, localizada bem ao Sul da “bota” italiana, está a vinícola Cantine Settesoli, que tem um papel econômico bem importante na região. Com mais de 6.000 hectares (7% de toda a superfície de vinhedos da ilha); 673 hectares dos vinhedos Cantine Settesoli são cultivados organicamente, com participação ativa de grande parte das famílias sicilianas.

A produção anual é superior a 20 milhões de garrafas e 70% das 5.000 famílias locais estão envolvidas nas atividades da Adega.

Entre as marcas de vinhos produzidos pela Cantine, está a Inycon, linha da qual o Expert Dionísio Chaves destaca 2 saborosos rótulos:

Branco Inycon Fiano Growers’ Selection .IG.T.

O nome da variedade Fiano, cultivada nas regiões da Campania e da Sicília, tem uma origem curiosa: vem do latim “vitis apiana” (uva das abelhas), porque as abelhas sempre foram atraídas pela grande quantidade de açúcar que as uvas acumulavam quando maduras.

Esta é uma das uvas brancas italianas mais elegantes, o que fica muito claro neste produto da cantina Settesoli, que exibe delicados aromas de mel, cítricos e flores, num conjunto de grande frescor. O teor alcoólico de 12,5% faz dele um produto leve, ótimo para bebericar ou acompanhar saladas e pratos ligeiros de peixes e frutos do mar.

Tinto Inycon Nero D’Avola I.G.T

Cereja, frutas negras frescas, folhas secas e nuances de ervas são os aromas desse exemplar que possui boa acidez, taninos macios, corpo de leve para médio e notas de tabaco.

Produzido na Sicília, esse vinho traz a uva Nero d’Avola, uma das variedades tintas mais importantes e cultivadas na região, que também pode ser encontrada com o nome de Calabrese. Harmoniza principalmente com peixes de carne vermelha como atum e peixe espada, juntamente com molhos à base de berinjela.

Quer aprender a fazer um tartar de atum com o Expert Carlos Ohata? Veja o vídeo abaixo e siga as instruções:

Toscana: Chianti e Cortona

Na região de Toscana, localizada ao centro da Itália, você pode encontrar algumas obras de arte e da arquitetura renascentistas mais reconhecidas do mundo, como a estátua de Davi, de Michelangelo, as obras de Botticelli na Galleria degli Uffizi e a Catedral Santa Maria del Fiore.

Chianti

E para quem ama vinhos, é na belíssima região da Toscana que fica Chianti, um lugar encantador e bucólico cheio de colinas cobertas de vinhas. Nesse paradisíaco local, nascem os vinhos Piccini Geografico, famosos por sua qualidade, tradição e autenticidade. Saiba mais sobre os vinhos Geografico aqui.

Toscana: um verdadeiro paraíso para a produção de vinhos.

Para representar a região de Toscana, Dionísio Chaves indica os vinhos Chianti Classico Geografico e Chianti Capofosso Riserva.

O Chianti Clássico Geografico é elaborado com as uvas Sangiovese e Canaiolo, possui delicado aroma de violeta, de sabor seco e taninos macios. É bem flexível e harmoniza com pratos leves como canelone de ricota e espinafre.

Já o Chianti Capofosso Riserva possui sabor seco, levemente tânico, cheio e etéreo com aromas de frutas maduras. Ideal para o prato principal, deve ser servido de 16 a 18°C. Fica perfeito com macarrão fettuccine caseiro com molho de tomate fresco.

Cortona

Conhecida principalmente depois que se tornou o cenário do filme “Sob o sol da Toscana”, Cortona é uma tranquila cidade localizada em uma colina alta na Toscana, que oferece arte, natureza e uma incrível gastronomia. E, sem dúvidas, vinhos de qualidade.

E é em Cortona que fica a adega Santa Cristina, que produz o vinho indicado pelo Expert Dionísio: o Fattoria le Maestrelle, com 91 pontos de acordo com os critérios do Expert.

Produzido com 60% Sangiovese, 20% Merlot e 20% Syrah, apresenta um vermelho rubi com reflexos violáceos, no nariz é intenso e complexo com notas de baunilha e café, em perfeito equilíbrio com aromas de menta e cacau, típicos da Merlot, e frutas vermelhas características da Sangiovese e Syrah.

Equilibrado, saboroso e macio, harmoniza muito bem com massas ao molho pomodoro, carnes vermelhas, pizzas e queijos meia cura.

Os vinhos Santa Cristina foram criados pela família Antinori em 1946 e tornaram-se referências para amantes do vinho italiano, graças à constante qualidade ano após ano.

Abruzzo e os vinhos Montepulcianos d’Abruzzo

Abruzzo é uma montanhosa região central na Itália, banhada pelo mar Adriático, conhecida principalmente pelos deliciosos vinhos Montepulciano d’Abruzzo e pelas suas estações de esqui. Para representar bem este tipo de vinho, o Expert Dionísio Chaves indica o Tinto Montepulciano D’Abruzzo Bastioni Della Rocca (DOC).

Produzida pela vinícola Castellina in Chianti, localizada na Toscana, porém vinificado na região montanhosa de Abruzzo, esse refinado vinho italiano é feito 100% a partir da uva Montepulciano. Elegante e perfumado, apresenta um paladar de frutas pretas com notas de madeira e alcatrão.

Vai bem com carnes como paleta de cordeiro e carré suíno, massas com molhos e queijos Provolone e Gouda.

Bônus: o que significa I.G.T?

Rótulos de vinhos italianos, assim como os da França e da Espanha, são obrigados por lei a mostrar certas informações básicas (nome do produtor, denominação, safra, teor de álcool e volume da garrafa). A Itália começou a desenvolver suas classificações oficiais de vinhos na década de 60, com base no sistema de denominação francês. As categorias DOC e DOCG foram introduzidas em 1963, e a categoria IGT veio no início dos anos 1990.

O IGT (Indicazione Geografica Tipica) foi introduzido em 1992 para permitir um certo nível de liberdade aos vinicultores da Itália. Antes de 1992, muitos vinhos não se qualificavam para o status DOC ou DOCG – não porque fossem de baixa qualidade, mas porque eram feitos de variedades de uvas (ou combinações) não sancionadas pelas leis DOC / G. A classificação IGT se concentra na região de origem, ao invés de variedades de uva ou estilos de vinho.

A Itália é rica pela sua gastronomia e também pela vitivinicultura, fornecendo experiências sensoriais que vão além do sabor, criando memórias.

Dionísio Chaves, Expert em vinhos Zona Sul

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