Sim, já se foi o tempo em que as bebidas sem álcool eram associadas a “bebidas para menores” e “batidas” com sabor extremamente doce. Conquistando cada vez mais o paladar dos consumidores, os drinks criados à base de bebidas sem álcool, como cerveja, gin, espumante e vinho, estão nos bares mais badalados do mundo, nas festas e nas criações dos bartenders. Conheça mais sobre esse ramo que não para de crescer e aprenda a criar os seus drinks com o mixologista Claudio Adriano, responsável pelo Bar do Rio.

Muito além de batidas e sodas

Há muito tempo atrás era comum nas reuniões sociais a famosa “batida sem álcool”. Quem se lembra delas? Geralmente com muito leite condensado, as batidas, apesar do nome, não passavam de smoothies servidos em copos enfeitados e que não agradavam o paladar dos admiradores de um drink convencional, com um sabor mais “afiado”.

“Com o dulçor em excesso, as pessoas bebem mais, com menos qualidade. Com um sabor mais ácido, as pessoas podem beber com mais qualidade.”

Mixologista Claudio Adriano

As alternativas a essas sobremesas em forma de líquido eram os coquetéis feitos à base de soda, água com gás e água tônica, mais gaseificados. Com xaropes de frutas, temperos e especiarias, eles abriam um pouco mais o leque de sabores e apresentando aromas mais próximos aos drinks mais refrescantes, como mostra o vídeo a seguir:

Entretanto, com o mercado de bebidas se expandindo cada vez mais, as opções de releituras de drinks clássicos feitos com seus ingredientes “originais” como gin, espumantes e vinhos, nas suas versões sem álcool, tornam-se completamente possíveis, com a vantagem do consumidor não precisar lidar com os efeitos negativos do álcool no organismo.

A coquetelaria está investindo em oferecer bebidas alternativas de qualidade.

Os novos consumidores de bebidas

De acordo com a empresa de pesquisas Nielsen, o consumo de bebidas sem álcool cresceu vertiginosamente desde 2018. Só nos EUA, as vendas de cerveja, vinho e destilados sem álcool representaram, em 2022, 0,47% das vendas totais. Pode parecer um índice ainda baixo, mas em comparação com o ano de 2018, em que o índice era de 0,22%, o crescimento é notável.

Dividindo as porcentagens em setores:

  • A cerveja sem álcool representou 85,3% das vendas, com um mercado de US$ 328,6 milhões, alta de 19,5% em relação ao ano anterior;
  • O vinho sem álcool ocupou 13,4% das vendas, com um mercado de US$ 52,04 milhões, alta de 23,2% em relação ao ano anterior;
  • As bebidas não alcoólicas subiram 1,3%, no valor de US$ 5,03 milhões, um aumento de 88,4% em relação ao ano anterior.

Além do aumento em vendas, a cartela de opções também cresceu, com a entrada de novos SKUs no mercado dos EUA: 37 eram cervejas sem álcool, 17 vinhos sem álcool e 18 destilados sem álcool.

O resultado mostra um novo perfil de “bebedores” que escolhe as novas bebidas sem álcool em decorrência de uma filosofia zero álcool em prol da saúde e bem-estar ou apenas por opção, já que 82% dos consumidores também ingere bebidas alcoólicas convencionais, como mostra o infográfico da Nielsen.

Além da busca por bebidas zero álcool, a tendência de consumo mostra a busca por insumos mais naturais na coquetelaria.

As informações da Nielsen também revelam que os consumidores mais jovens, sobre tudo os da Geração Z, estão menos interessados ??em beber álcool do que as gerações anteriores. Além disso, de acordo com a pesquisa realizada em 2020 pela The Hartman Group’s Functional Food & Beverage and Supplements , 29% dos consumidores têm procurado por mais alimentos funcionais desde a pandemia, que consolidou novos hábitos de consumo voltados para a saúde e bem-estar.

Como são feitas as bebidas sem álcool

Pode parecer estranho para muita gente o novo mercado de bebidas sem álcool. Afinal, como pode uma bebida que possui uma base essencialmente alcoólica não conter álcool em sua composição?

O princípio é o mesmo de um café descafeinado, ou de um leite sem lactose. No caso da cerveja, por exemplo, ela pode ser produzida utilizando leveduras especiais, através da remoção térmica da substância, ou ainda com a fermentação interrompida.

Já em vinhos ou espumantes sem álcool, podem ser utilizadas técnicas como a fervura à vácuo, que faz o álcool evaporar sem afetar as características do vinho, a destilação a vácuo ou ainda a osmose reversa, que filtra o álcool e a água do restante da composição, realiza a destilação e devolve a água para a mistura.

“As bebidas sem álcool tentam valorizar o máximo do sabor primário do álcool, mas sem levar álcool. Por exemplo, uma bebida com ‘gin alternativo’ valoriza o máximo do sabor seco do gin, mas utilizando outra técnica que não seja necessariamente o gin, como água destilada com zimbro e ervas botânicas.”

Mixologista Claudio Adriano

Aprenda a preparar seu drink zero álcool

Para curtir os seus momentos aproveitando os sabores e aromas dos drinks sem os efeitos do álcool, o mixologista Claudio Adriano (@souclaudioadriano) preparou uma receita inovadora para você. Fique de olho e aproveite o clima de festas de fim de ano para chamar todo mundo pra brindar.

Drink Bia Infinity

Um drink refrescante e zero álcool com o renomado xarope francês Mathieu Teisseire. por Claudio Adriano.

Ingredientes

  • Para um copo de 500ml
  • 50ml de xarope de baunilha Mathieu Teisseire
  • 40 ml suco de limão
  • 1 ramo de manjericão
  • 1 canela em pau
  • Completar com cerveja Erdinger zero

Método de preparo

Adicione a canela e manjericão no fundo de uma tulipa, coloque o Xarope Mathieu Teisseire de baunilha e misture bem. Adicione o limão e complete com a cerveja. Decore com folhas de limão ou canela.

Agora, se você ainda prefere colocar uma dose de álcool nas suas celebrações, Claudio também tem receitas de drinks para você celebrar o Natal e Ano Novo.

Compartilhe essa novidade com seus amigos que ainda não conhecem essa tendência e peça os ingredientes para seus drinks sem álcool no Zona Sul, o supermercado mais amado do Rio!