Está pensando em qual quitute preparar para aquela festinha em cima da hora, para o lanche da família, para o piquenique das crianças? Não existe dúvida: cachorro-quente! Mas esta delícia tão democrática também esconde suas polêmicas: qual o melhor acompanhamento, se é um sanduíche ou se vale trocar salsicha por linguiça. Vamos cair de boca nesse tema e devorar juntos as respostas?
Se você ama o famoso pão com salsicha certamente vai celebrar o dia 9 de setembro, dia nacional do cachorro-quente. A festividade celebra a suposta data de criação do hot dog, nos Estados Unidos.
Dia 9 de setembro: dia do hot dog!
Um petisco (ou seria refeição?) tão global e amado merece mesmo um dia só pra ele. Seja na versão carioca, ou bem americano com picles, ou mais gourmet, de forno com massa folhada, todo mundo conhece o cachorro-quente e tem suas preferências.
Por isso, antes de rolar este post, pense rapidinho:
- Qual condimento você prefere no seu cachorro-quente?
- Sequinho ou com muito molho?
- Qual o melhor pão?
- Com linguiça ou salsicha?
- Qual cachorro-quente gourmet você gosta mais?
Para a sua versão preferida de cachorro-quente existe uma lista de ingredientes que você encontra aqui no Zona Sul.
A primeira polêmica: a origem do nome
De acordo com o The Hot Dog and Saudage Council (uma associação comercial americana que promove a indústria de cachorro-quente e salsicha), a origem do nome é tão rodeada de lendas quanto a existência de OVNIs.
Red hot sausages!!!
Existe uma lenda que associa a criação do nome a um cartunista do New York Journal, Tad Dorgan, em 1901.
Segundo esta versão da história, o cartunista queria representar os vendedores de pão com salsicha que gritavam “compre a sua salsicha dachshund enquanto estão vermelhas e quentes (red hot)”, e retratou a cena ilustrando cachorros da raça dachshund enrolados em pães.
Sem saber como soletrar dachshund, o cartunista escreveu simplesmente hot dog e o termo viralizou.
“Por que será que me chamam de salsicha?”, perguntaria o cão da raça Dachshund.
Já o especialista em etimologia Barry Popik, afirma que o fato acima é um mito e diz que a expressão “hot dog” apareceu nas revistas universitárias anos antes, em meados de 1890.
Independentemente do nome, a origem do cachorro-quente tem indícios do século XV, de “genealogia” austríaca ou alemã. Porém, há fontes que apontam as salsichas “dachshund” como herança de imigrantes alemães nos EUA, no século XIX.
Para se divertir mais com o folclore em torno do prato, você pode até mesmo ler o e-book elaborado pelo Hot Dog and Sausage Council (em inglês).
Polêmica 2: cachorro-quente é sanduíche?
De acordo com o The Hot Dog and Saudage Council, chamar o cachorro-quente de sanduíche é uma “heresia”. Porém, a orientação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sugere que o cachorro-quente entre na categoria sanduíche, uma vez que é, a grosso modo, uma carne entre pães.
A discussão ocorre porque no cachorro-quente não existem duas fatias de pão como em qualquer outro sanduíche, mas somente um único pão cortado. Além do fator cultural, pois ninguém chama hot dog de sandwich mesmo.
Você classifica o cachorro-quente como este aqui ao lado?
Polêmica 3: acompanhamentos
Quem é carioca de coração sabe: o legítimo cachorro-quente popular do Rio leva tudo que tem direito. Tem mostarda, ketchup, maionese, batata palha, ervilha, azeitona, milho e ovo de codorna. Há quem diga que até uva passa entra na lista.
Sudeste, centro-oeste e norte
Em São Paulo, no entanto, existe um famoso e delicioso diferencial: o purê de batata. O Chef Zona Sul David Eleutério, nascido em “Sampa”, afirma que a combinação é boa demais. Mas as peculiaridades e diferenças dos sabores do Brasil não param por aí.
O purê de batata, aliás não é exclusividade de São Paulo e, segundo a Expert Zona Sul Lorena Abreu, a versão com purê e carne moída é bem popular em Goiânia. Acha que acabou? Vem pro norte do Brasil com a gente.
De acordo com os admiradores de cachorro-quente que moram no norte do país, o hot dog paraense leva um acompanhamento especial: o repolhonese! Um mix de repolho com bastante maionese. Outra diferença está no uso da nomenclatura, já que na região norte o uso de hot dog é muito mais comum do que o termo “cachorro-quente”.
Já ouviu falar em repolhonese? Acompanhamento típico da região norte.
Mas e nos EUA?
No país de batismo do hot dog existem diversas formas de saboreá-lo. No american way cabe pepino em conserva, cream cheese, páprica, queijo cheddar e até mesmo chilli beans, como comprova o chef David Eleutério. Aproveite para conhecer mais sabores americanos.
Precisamos falar do molho
Sabemos que o molho faz toda a diferença. Mesmo para quem gosta da versão mais discreta, sem muito molho ou acompanhamento, tem que ter aquele cheirinho gostoso na panela. Por isso, a Expert Lorena Abreu “polemiza” logo:
Pra mim tem que ter pimentão verde, cebola branca e tomate cortados grosseiramente, refogado de alho, molho de tomate e sal. Se não tiver pimentão verde, não é molho de cachorro-quente.
Lorena Abreu, Expert em Cozinha Saudável Zona Sul
Tem que ter tomate, cebola e pimentão verde no molho da Expert Lorena Abreu!
Polêmica 4: linguiça ou salsicha
É muito comum nas barracas de cachorro-quente espalhadas pela cidade maravilhosa encontrar a opção de trocar a salsicha por linguiça. Muita gente acha que isso descaracteriza o clássico, porém a maior parte dos apreciadores do quitute acham que tudo isso faz parte do conceito hot dog de ser.
O interessante é que em alguns idiomas não existe uma tradução diferente para linguiça e salsicha. Na Alemanha, a palavra é “wurst”, em inglês, “sausage”. A diferença se dá nas descrições de cada estilo, por exemplo bratwurst, que quer dizer linguiça de porco.
Qual a diferença?
A diferença básica entre salsicha e linguiça é basicamente a carne usada para a produção de cada uma. A linguiça é um embutido temperado geralmente feito com carne porco, mas existe suas versões com carne de frango, apimentada, com carne bovina etc. Já a salsicha é uma emulsão de carne e temperos.
Sabia que na Alemanha existem mais de 1.000 tipos de salsichas?
A cidade de Frankfurt é tida como a criadora da salsicha, no século XV. Todavia, os austríacos afirmam que o termo Wiener, o nome em inglês da salsicha viena, a mais utilizada no cachorro-quente, demonstra sua real origem, já que Wien é o nome da cidade austríaca a qual traduzimos por Viena.
Polêmica 5: as versões gourmet
Tem gente que gosta do seu cachorro-quente naquele típico e fofinho pão sovado. Outros gostam de um crocante pão francês.
Mas existem também as versões mais complexas, elevadas a um outro nível de complexidade culinária, que vão além do consumo rápido de rua. Alguns exemplos são o cachorro-quente de massa folhada, o cachorro-quente de forno e até frito no palito.
Será que as receitas inspiradas no hot dog deveriam pegar emprestado o nome do rei das ruas? Fica aqui a pergunta polêmica pra gente se divertir. Afinal, ninguém vai deixar de se deliciar com todas as versões possíveis e imagináveis do símbolo da gastronomia americana.
Se você ainda não preparou o seu cachorro-quente, compre os ingredientes e receba em casa, com nosso app ou pelo nosso site!