Por Eliane Salles. Fotos Frederico de Souza Filico @fredericodesouza.filico. Copyright Fato Editorial

Os botecos são uma instituição nacional. E têm sua clientela cativa, uma turma que faz de balcões, banquetas e mesas, extensões de sua casa.

Em termos de culinária, nesse universo, existe de tudo um pouco: dos icônicos ovos coloridos a estabelecimentos que servem iguarias, que se sobressaem pelo sabor, criatividade e cuidado no preparo. É no segundo caso que entra o Bar do Momo (@bardomomooficial). A casa se destaca tanto por fazer releituras inventivas e deliciosas de comidas típicas de botequim (como pastel, coxinha e croquete); assim como de pratos mais sofisticados.

Bar do Momo: boa comida, atendimento atencioso e a informalidade de um botequim.

Receitas autorais, elaboradas pelo seu proprietário, o chef Antonio Laffargue, o Toninho do Momo (@toninhomomo), também ganham destaque. À boa comida, juntam-se um atendimento atencioso e simpático e a aura essencial de um botequim: a informalidade.

“Se não for natural, não é botequim. As pessoas vêm aqui para serem acolhidas. Botequim é um espaço democrático”, diz Toninho, que também é chef do Bar do Zeca Pagodinho (@bardozecapagodinho), na Barra.

Trajetória de boteco

O Bar do Momo foi aberto em 1972. Seu proprietário era ninguém menos que Abrahão Reis, Rei Momo do carnaval carioca por 14 vezes. Em 1986, o bar passou para as mãos de Tonhão, o pai.

Toninho conta que gostava de ficar perto do pai, vendo-o trabalhar. O desenrolar dessa história é previsível: aos 16 anos começou a fazer pequenos serviços no boteco e, aos 18 anos, tornou-se oficialmente empregado. Em 2010, assumiu a cozinha e começou a reelaborar, aos poucos, os pratos, mas sem nunca perder de vista as raízes da tradicional comida de boteco.

Toninho Momo, Bar do Momo. Foto: Filico.

Da Tijuca para o mundo

Atualmente, o Bar do Momo é uma espécie de ponto turístico da Tijuca. Pessoas de vários cantos da cidade, do Brasil e até do mundo, passam por lá para conferir uma culinária inventiva, mas servida à moda “botequim raiz”. Entre os muitos visitantes, estão alguns chefs renomados como Thomas Toisgros, Pedro de Artagão, Rafael Costa e Silva e o francês Jérôme Bocuse.

O chef Rafa Costa e Silva, entrevistado pela Revista Estação, está entre os visitantes do premiado Bar do Momo.

Em 2013, o Bar do Momo começou a participar do Comida Di Boteco, um dos maiores concursos gastronômicos do país, que possui edições regionais. A partir daí, conquistou o posto de melhor boteco em premiações feitas pelas Revistas Veja (2014, 2015, 2016 e 2019) e Época (2016 e 2017); e pelo Jornal O Globo (foi pole position do Água na Boca seis vezes).

Esses são apenas alguns dos muitos prêmios recebidos. Cresceu em fama, mas sem sair de seu endereço de origem: o Momo fica na rua General Espírito Santo Cardoso, 50, Tijuca.

O de sempre, só que diferente

Toninho é craque em usar ingredientes cotidianos em preparos pra lá de criativos. Assim é na Guacamole de Jiló, que ensina a receita. Confira!

Guacamole de jiló (Bar do Momo), por Revista Estação | Zona Sul

Guacamole de jiló

Receita por Toninho do Momo (Bar do Momo).

Ingredientes (1 porção)

  • 400g de jiló
  • Sal a gosto
  • 1 maço de coentro bem picado
  • 5g de pimenta dedo-de-moça
  • 50g de tomate picado
  • 50g de cebola roxa
  • 50 ml de azeite de oliva
  • Sumo de 1 limão

Preparo

Cozinhe o jiló na água e sal. Bata-o processador até que fique na consistência de pasta. Então, acrescente o coentro, a pimenta dedo-de-moça, o tomate, a cebola e corrija o sal. Leve à geladeira. Acrescente o azeite de oliva e o limão na hora de servir.

Serviço

Sirva acompanhado de Doritos ou Garytos ou nachos de pastel a gosto.