Uma bebida mundialmente conhecida, a cachaça é símbolo de brasilidade! Porém, assim como no universo das cervejas, a cachaça ainda sofre com alguns mitos e estigmas que por muitas vezes impedem o verdadeiro conhecimento sobre esse destilado que vai muito além da caipirinha. Vamos desvendar mais sobre a produção da cachaça, os tipos e as versáteis harmonizações com a Cachaça Magnífica?
A história da cachaça
A origem da cachaça está intimamente ligada à história do nosso país. Com o surgimento dos primeiros engenhos, sete décadas após o chamado “descobrimento”, iniciou-se o Ciclo da Cana, voltado ao comércio de açúcar e consequentemente, da cachaça.
A cana-de-açúcar, como o próprio nome diz, era a matéria-prima que dava origem ao açúcar nos engenhos, chamado também de “ouro branco” pelos comerciantes portugueses. A mesma cana era transformada também em aguardente, que com o passar do tempo teve sua qualidade aprimorada, evoluindo como a nossa brasileiríssima cachaça.
Apreciada pelos colonizadores por suas propriedades terapêuticas, a produção de cachaça se expandiu por todo o Brasil colonial chegando, no Rio de Janeiro, a superar a produção do açúcar no século XVIII.
“A cana provavelmente tem origem na Indochina… Acabou tomando o lugar do mel na elaboração de receitas..Produzir açúcar era sonho de reis.”
Açúcar: uma sociologia do doce, com receitas de bolos e doces do Nordeste do Brasil, por Gilberto Freyre
Desvendando os mitos sobre a cachaça
A cachaça, assim como outras bebidas alcoólicas tal qual a cerveja ou o vinho, também sofre com certas inverdades disseminadas, por vezes, por canções ou ditados populares. Entre eles o mito do “cachaceiro” como sinônimo de quem bebe demais, ou a crença de que toda aguardente é cachaça e ainda a falsa noção de que cachaça é tudo igual.
Separe o seu copo de shot ou sua taça (sim, cachaças também são servidas em taças) e faça um brinde ao conhecimento!
A Taça Degustação ISO é usada em competições e degustações profissionais.
1 – Aguardente é cachaça?
Aguardente e cachaça são denominações diferentes, e nem tudo que é produzido da cana-de-açúcar é igual. De acordo com o Decreto nº 6.871/2009 sobre a regulamentação de bebidas alcoólicas no Brasil, existem diferenças na classificação e denominação dos destilados, entre elas:
- A aguardente é a bebida com graduação alcoólica de trinta e oito a cinqüenta e quatro por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida do rebaixamento do teor alcoólico do destilado alcoólico simples ou pela destilação do mosto fermentado.
- Cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de trinta e oito a quarenta e oito por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até seis gramas por litro.
Assim como as diferenças na produção, existem diferentes classificações de acordo com quantidade de açúcares ou tipo de envelhecimento, como cachaça adoçada ou cachaça envelhecida. Tudo isso consta no Decreto Oficial.
As classificações de aguardente, cachaça, rum e outros destilados estão no Decreto oficial nº 6.871/2009.
2 – Rum é cachaça?
Muito associado aos piratas, o rum tem sim “um pé” no Caribe, apesar de ninguém saber ao certo sua origem. Sabe-se portanto, que o rum foi “inventado” depois da cachaça.
Apesar de ser feito da mesma matéria prima, a cana-de-açúcar, o rum difere-se da cachaça: esta é feita com o caldo fresco da cana, enquanto o rum é feito do melaço, um subproduto da produção do açúcar. O processo de destilação do melaço foi descoberto só no final do século XVII por engenheiros holandeses.
Sua definição e pré-requisitos para ser classificado como leve, pesado ou envelhecido também estão no Decreto Oficial sobre bebidas alcóolicas destiladas:
Rum, rhum ou ron é a bebida com graduação alcoólica de trinta e cinco a cinqüenta e quatro por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida do destilado alcoólico simples de melaço, ou da mistura dos destilados de caldo de cana-de-açúcar e de melaço, envelhecidos total ou parcialmente, em recipiente de carvalho ou madeira equivalente, conservando suas características sensoriais peculiares
3 – Cachaça é um produto de segunda linha?
A cachaça é um produto essencialmente brasileiro e toda cachaçaria precisa atender a uma série de normas para produzir seus destilados através do registro de estabelecimentos.
O registro de estabelecimentos é a formalidade administrativa que autoriza as cachaçarias a funcionarem, considerando a atividade e linha de produção, bem como a sua capacidade técnica e condições higiênico sanitárias.
Fonte: Anuário da Cachaça 2021
Assim como os estabelecimentos são registrados, os produtos também precisam ser oficialmente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
E quando o assunto é cachaça também existem os profissionais dedicados à bebida, como o cachaçólogo (um paralelo ao enólogo) e o sommelier de cachaças, profissão reconhecida em 2021 pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho.
Ou seja, a cachaça é uma bebida destilada reconhecida pelo Mapa, e sua produção deve seguir diversas regras e controles de qualidade.
Apenas os produtores brasileiros podem usar a denominação Cachaça no bloco europeu.
Além disso, para fabricar uma cachaça de qualidade é preciso respeitar cada processo: extração do caldo, fermentação, destilação e envelhecimento. Esta última etapa revela todo o potencial da biodiversidade brasileira.
Afinal, o Brasil é o único país do mundo que utiliza outras madeiras além do carvalho para envelhecimento, o que destaca sabores ricos, complexos e diferenciados da cachaça para o paladar internacional.
4 – Cachaça é tudo igual?
Assim como as cervejas artesanais possuem diversos estilos e os vinhos diversas características que dependem não só da uva, como do terroir ou do envelhecimento em barris de madeira, as cachaças também oferecem um leque de variedades, tais como:
- Prata (branca): Pode ser envelhecida ou não
- Ouro (amarela): 50% envelhecida, 50% nova
- Envelhecida: 1 ano ou mais em barris de até 700L
- Armazenada: Tonéis com mais de 700L por tempo indeterminado
- Premium: 100% envelhecida de 1 a 3 anos em barril
- Extra premium: 100% envelhecida por mais de 3 anos
- Blend: Até 5 tipos de madeira
De acordo com o Expert José Padilha, uma cachaça de qualidade deve, sobretudo, estar registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Cachaças Magnífica
Falando em cachaças boas, nada melhor do que conhecer mais o sabor dessa bebida brasileira com quem já coleciona diversos selos de qualidade, como a cachaçaria Magnífica de Faria.
Fundada pela família De Faria, a Magnífica produz, desde 1985, variadas cachaças de qualidade, premiadas e reconhecidas internacionalmente, utilizando matéria-prima cultivada na sua fazenda, situada a 110km do Rio de Janeiro a 800m acima do nível do mar. Sua sede, no entanto, fica situada no boêmio bairro carioca de Santa Teresa. Por isso, a Magnífica entende com propriedade o gosto dos cariocas de coração na elaboração das suas cachaças.
Entre as cachaças produzidas pela Magnífica, estão rótulos como a Reserva Soleira, Extra Premium, Tradicional Ipê, Bica do Alambique, Single Cask e Safra do Ano, que você pode conhecer com detalhes e aprender a preparar drinks especiais.
Entre receitas de caipirinhas diferentes como de caju ou maracujá, a cachaça pode ser uma interessante alternativa ao gin no gin tônica, ou se tornar ingrediente principal em batidas deliciosas, como essa receita de batida de amendoim pelo mixologista Claudio Adriano:
Para conhecer mais de onde vem as Cachaças Magnífica aperte o play e descubras as verdades sobre essa bebida tão versátil e brasileira: