Um dos pratos típicos mais famosos, a moqueca é preparada de diferentes modos nos Estados brasileiros. Conheça as peculiaridades de cada região e aprenda dicas do Expert Piero Cagnin!

Em um hipotético páreo dos mais conhecidos pratos brasileiros, com certeza apareceria a moqueca, glória da culinária nacional, facilmente encontrada em muitos restaurantes ao longo dos mais de cinco mil quilômetros de nosso extenso litoral, tamanho é o seu sucesso.

Não há uma origem bem clara, seja da etimologia da palavra, quanto do lugar exato de onde ela veio, mas, o que mais importa é que em terras brasileiras, a moqueca firmou o pé incorporando ingredientes genuinamente da nossa terra.

Ela primeiramente poderia ser descrita como um cozido de peixe e/ou frutos do mar, porém, essa seria uma explicação simplória demais. Em suas duas principais versões – a baiana e a capixaba – a panela de barro na qual ambas são preparadas, doa a essa iguaria toda uma complexidade de sabores.

Um item indispensável

A panela de barro é indispensável para a realização desse prato, sobretudo na Moqueca capixaba. Esse artefato de bordas baixas e fundo raso é feito de forma artesanal pelas paneleiras do bairro de Goiabeiras Velha, nos arredores de Vitória. Essas artesãs até hoje moldam, queimam e tingem as panelas com cascas tiradas dos manguezais da região.

A panela de barro é um item indispensável para a realização da moqueca.

Mas afinal, quais as diferenças entre as duas versões?

Moqueca capixaba

O Estado do Espírito Santo tem um sabor especial. A moqueca capixaba exalta o sabor dos ingredientes principais, peixe ou camarões e lança mão do urucum, corante natural das matas brasileiras, e do azeite de oliva, herança dos colonizadores lusitanos. Os capixabas também costumam fazer moqueca com siri. Enfim, uma moqueca com todo o gostinho do sudeste.

Moqueca baiana

Leva leite de coco, azeite de dendê e pimentões. Em Salvador, a defesa das tradições culinárias africanas, é intimamente ligada ao candomblé, religião de matriz do continente além-mar, onde a cozinha busca os elementos básicos para continuar viva, influência maior na constituição daquilo que definimos como cozinha baiana.

Comumente, as duas moquecas são feitas com peixe, geralmente cação, robalo, garoupa ou badejo. Ambas têm entre seus ingredientes, tomate, cebola e coentro e são acompanhadas de pirão e normalmente, arroz.

Aproveite e aprenda a escolher bem o seu peixe ou fruto do mar.

Moqueca baiana por Piero Cagnin

O Expert em pizzaria e spaghetteria Piero Cagnin ensina a fazer uma moqueca baiana de dar água na boca. Mas admite que gosta de misturar elementos das duas versões e não é fã das postas de peixe com pele e espinhas.

“A pele ensopada, na minha humilde opinião, não fica legal. Eu adoro a pele do peixe grelhado, mas, os puristas me desculpem, na minha receita prefiro usar o filé do peixe ou então a deliciosa mistura de peixe e frutos do mar.” Expert Piero Cagnin

Qual a sua versão favorita? Moqueca da Bahia ou Espírito Santo? Se você gosta do sabor dos peixes, aproveite para aprender mais receitas com frutos do mar com os Experts.