Se tem uma expressão que resume bem a gastronomia mineira é o famoso “trem bão”, um sinônimo de aprovação e qualidade. Entretanto, Minas Gerais não é um destaque apenas na produção de queijos artesanais e cachaças, mas também na vitivinicultura. Conheça os vinhos premiados mineiros Maria Maria e aprenda a harmonizá-los com os seus momentos.

Como tudo começou

Tudo começou no ano de 2006 quando Eduardo Junqueira Nogueira Junior, quinta geração de uma tradicional família de cafeicultores do Sul de Minas Gerais, sofreu um ataque cardíaco e precisou repensar seus hábitos alimentares. Seu médico receitou uma taça de vinho por dia. Dessa forma, teve a grande ideia de produzir seu próprio vinho.

Foi nesta época que reencontrou Murillo Albuquerque Regina, o grande pioneiro e desenvolvedor da atividade na região, que o apresentou à questão da dupla poda ou poda invertida, viabilizando o seu projeto.

As primeiras mudas de Syrah, Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc foram encomendadas e no final de 2009 plantadas na Fazenda Capetinga. As plantas se desenvolveram bem com destaque para a Syrah. A ideia ia além, não apenas produzir vinhos tintos, mas também brancos, rosés e espumantes. Em 2011 foram plantadas as de Chardonnay, para a produção de espumantes.

A técnica da dupla poda invertida

A técnica da dupla poda, tecnologia desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), é resultado de mais de 20 anos de pesquisas e aperfeiçoou a qualidade dos vinhos finos produzidos no sul de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo.

A tecnologia brasileira permitiu a elaboração de vinhos na região Sudeste, além de melhorar a qualidade das uvas.

O processo consiste na inversão do ciclo produtivo da videira, que altera para o inverno o período de colheita das uvas destinadas à produção de vinhos. Já a dupla poda consiste na realização de uma poda de formação dos ramos no mês de agosto, e outra de produção no mês de janeiro. A combinação dos elementos resulta em uma colheita de uma uva sã, de maturação plena, que apresenta mais aroma e mais concentração de cor, que confere mais qualidade ao vinho.

Só na região Sudeste, cerca de 500 mil de litros de vinho tinto e branco são elaborados a partir dessa tecnologia.

Fonte: Fapemig / Minas Gerais

Por que Maria Maria?

A ideia do nome Maria Maria veio através da amizade de Eduardo com Milton Nascimento, seu conterrâneo, em umas de suas frequentes visitas à Fazenda Capetinga, quando o parreiral estava sendo implantado. Milton brincou com Eduardo, “Eduardinho do céu, você é doido. Nunca ouvi falar em plantar uvas aqui no Sul de Minas”. Desde aquele momento, o nome do projeto foi decidido.

A inspiração do nome da vinícola veio de um dos ícones da música popular brasileira.

Outro ponto curioso em relação aos vinhos, é que cada vinho leva o nome de uma mulher ligada à família. Na primeira safra, os vinhos se chamaram Agda (Syrah 2013), bisavó de Eduardo, Ada (branco 2013), tia-avó de Eduardo e Anne (rosé 2013), sua cunhada. A partir daí, todo vinho ou espumante elaborado homenageia uma das “Marias” de coração.

Seleção de vinhos premiados

De todos os 16 rótulos produzidos pela vinícola, pelo menos 10 deles são premiados. O Expert em vinhos Dionísio Chaves destaca dois rótulos Maria Maria perfeitos para a estação do outono, o clima mais ameno do ano. São eles:

Vinto tinto Maria Maria Syrah

Encorpado, de cor vermelho púrpura, nariz muito fino com aromas de frutas do bosque e especiarias. Na boca, tem bom corpo, taninos macios, bom equilíbrio e final de boca harmonioso. Deve ser servido a 18ºC e vai bem com pratos principais.

Acompanha carnes vermelhas, costela no bafo, arroz carreteiro, carne assada e queijos curados. Destaque para o queijo Cuesta Pardinho, queijo paulista premiado no Brasil e na França.

Prêmios

Vinho branco Maria Maria Diva Sauvignon Blanc

De cor amarelo palha com reflexos verdes, nariz com aromas vegetais e maracujá, é leve, com boa acidez e final de boca agradável. Ideal para entradas, deve ser servido de 10 a 12ºC. Ótimo como aperitivo e acompanhando saladas, frutos do mar, carne de porco e queijos leves, como Boursin e queijos de cabra.

Premiado no International Wine Challenge e Medalha de Ouro no Brazil Wine Challenge.

Baixe o catálogo de vinhos de outono Zona Sul

Já escolheu o seu Maria Maria pra hoje? Que tal ficar por dentro de tudo que rola no mundo dos vinhos da gastronomia nacional? Baixe o catálogo de vinhos de outono Zona Sul e aprenda mais dicas e harmonizações com o Expert Dionísio Chaves.

Vinhos de outono Zona Sul 2022.