Você conhece a expressão “para comer rezando”? Ela quer dizer que um prato é tão apetitoso que parece algo divino. A expressão popular classifica muito bem os doces portugueses, mas vai além do paladar, já que a origem dos doces conventuais portugueses está, de fato, nos conventos e mosteiros católicos lusitanos. Conheça a história dessas delícias que têm alguns ingredientes sempre em comum, como o açúcar e muita gema de ovo. Bom apetite!
Aqui você vai ver:
A história dos doces conventuais
A história dos mais famosos doces portugueses é temperada de tradição. Afinal, os chamados doces conventuais, foram criados nos mosteiros e conventos por monges e freiras. Uma característica das receitas era a presença abundante de gemas de ovos, açúcar e amêndoas.
O século XV foi marcante para a Europa e impactou diretamente na culinária portuguesa, uma vez que foi a partir desse período que Portugal começou a importar açúcar das colônias, o que permitia a criação de inúmeros doces, caldos, recheios e pontos para as sobremesas. O ingrediente em abrangência revolucionou a culinária europeia, já que antes disso, o açúcar era uma iguaria de alto custo e o mel o ingrediente mais usado.
Somado à produção abundante de ovos no país, as sobremesas começaram a utilizar bastante o ingrediente, principalmente as gemas, uma vez que as claras eram utilizadas no processo de produção dos vinhos e para engomar as roupas da nobreza.
As claras eram utilizadas na produção de vinho e na engomagem de roupas. E as gemas viraram receitas!
Cada convento tinha as suas próprias receitas, que foram alcançando fama fora dos muros dos edifícios religiosos. Com a extinção das ordens religiosas em 1834, muitas receitas se perderam, mas outras se tornaram típicas, como o pastel de natas, o pudim abade de Priscos, travesseiros de Sintra, meias luas ou barrigas de freira, entre outros.
O pastel de natas (ou de Belém) é considerado o mais famoso doce conventual português.
Pastel de natas
O pastel de natas é um dos mais icônicos doces conventuais lusitanos. também conhecido como pastel de Belém. Sua casquinha folhada ao redor abriga um delicioso creme que fica dourado após assar no forno. Irresistível!
Se quiser provar o seu pastel de natas sem precisar viajar para além-mar, basta fazer uma visita à padaria Zona Sul na loja mais próxima ou fazer o seu pedido online.
Receita de pastel de natas por Tarsila Lima
Se você prefere fazer o seu próprio pastel de Belém, anote a receita da Chef Zona Sul Tarsila Lima e chame os amigos para apreciar o quitute. Mas para conhecer a receita secreta do convento, vendida em 1834 pelas freiras a uma família em especial, só visitando a pastelaria de Belém, localizada próxima ao Mosteiro dos Jerónimos.
Ingredientes
- 125 mL de água
- 250 g de açúcar
- Casca de 1 limão siciliano
- Casca de 1 laranja
- 1 canela em pau
- 250 mL de leite
- 30 g de farinha de trigo
- 10 g de amido de milho
- 1 pitada de Sal
- 3 gemas
- 1 ovo
- 250 g de massa folhada
Modo de preparo
- Corte a massa folhada de forma circular e disponha a massa em forminhas redondas, tipo para empada.
- Com a água, açúcar, cascas de limão, laranja e canela em pau, faça uma calda e após este processo, coe e adicione o leite na calda
- Misture a farinha de trigo, amido de milho e sal nas gemas e ovo com ajuda de um fouet.
- Leve a mistura com o ovo para o recipiente da calda e mexa em fogo brando até que se torne um creme espesso.
- Recheie a massa folhada com o creme e leve para assar por aproximadamente 25 minutos ou até que fique dourado, em forno caseiro pré aquecido em 200°C. Após esfriar, retire das forminhas e sirva.
Barriga de freira
O doce barriga de freira possui formato de meia lua e é feito com obreia, as folhas da hóstia. Já o recheio, com gema de ovos de Aveiro e uma calda cremosa. Uma sobremesa que requer certa paciência para o preparo, mas rapidamente pode ser devorada após o almoço em família!
O nome curioso do doce se deu pois as freiras comiam muitos doces portugueses e, como consequências, as barrigas ficavam grandes.
Na padaria Zona Sul você encontra o doce barriga de freira para apreciar a culinária lusitana do jeitinho carioca de coração.
Toucinho do céu
Você pode até estranhar o nome, mas sua origem está relacionada com um dos ingredientes da receita, já que a receita original levava banha de porco, substituída por manteiga atualmente. O bolo possui cor amarela intensa, resultado das gemas, muito características dos doces portugueses.
As amêndoas moídas e a canela dão o toque diferencial ao bolo, presente em várias regiões de Portugal, como Alentejo, Algarve, Murça, entre outras.
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A torta Toucinho do Céu não contém glúten nem lactose.
Mais sabores de Portugal
Portugal é muito mais do que seus doces. A gastronomia portuguesa é versátil e marcada pelo consumo de peixe, principalmente do bacalhau. O país também compõe o Velho Mundo quando se fala de vinhos e entre os mais conhecidos estão os vinhos fortificados, como o vinho do Porto ou o vinho Madeiro, além dos vinhos regionais como os alentejanos e o vinho verde.
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