Com o mesmo nome de uma das maiores artistas do movimento modernista brasileiro, a nova Chef Zona Sul também é mestre quando o assunto é a arte de criar menus incríveis. Tarsila Lima é baiana de berço, carioca de coração e revela como é o seu dia a dia quando o assunto é criar obras-primas culinárias. Confira!

Quem é Tarsila Lima

Bacharel em Gastronomia pela Universidade Federal da Bahia, Tarsila Lima trabalha com alimentação há 17 anos.

Globalizada, a chef já morou nos Estados Unidos, trabalhando em grandes Resorts e viajou o mundo em cruzeiros de luxo, explorando a gastronomia de 15 países da Europa, Oriente Médio, África e América do Norte.

Já teve a oportunidade de receber nas cozinhas de onde trabalhou chefs Michelin como Alain Ducasse, Massimo Bottura e os brasileiros como Roberta Sudbrack, Rodrigo do Mocotó e Alex Atala.

Ao retornar ao Brasil, Tarsila escolheu o Rio de Janeiro como casa e se tornou 100% carioca de coração, atuando como Chef Zona Sul.

Um bate-papo com a nova Chef Zona Sul

Um Chef Zona Sul é responsável pela criação de menus diários para os serviços de café da manhã e Salada Bar. A versatilidade e a qualidade andam juntas quando o assunto é surpreender e encantar os comensais que passam pelo supermercado mais amado do Rio. Por isso, é interessante conhecer o dia a dia de quem “faz acontecer”.

Atualmente a equipe de Chefs Zona Sul conta com nomes como Bia Souza, Ana Paula Legey, David Eleutério, Thays Costa, Beth de Sá, Tito Pal, Leonardo Salgueiro, Gabriel Pinheiro e Jéssica Oliveira.

Por isso, a nova Chef Zona Sul responde algumas perguntas rápidas para ajudar os cariocas de coração a entenderem o ponto de vista de quem está do outro lado dos balcões. Bem-vinda, Tarsila!

Em que momento você se apaixonou pela gastronomia e decidiu virar chef?

Desde a infância sempre tive curiosidade. Eu folheava revistas de receitas e tentava reproduzi-las em casa. Meu primeiro emprego aos 18 anos foi numa cozinha, e desde então, nunca mais parei. Na verdade, eu não planejei virar chef, mas eu sempre tive prazer em estar na cozinha e esse prazer fez o caminho que me trouxe até aqui.

Você é baiana de nascimento. O que isso influencia nas suas criações gastronômicas?

Como nordestina que cresceu em Salvador, minhas criações costumam ter sabor intenso e marcante. Geralmente opto por ingredientes frescos e simples, mas bem condimentados. A culinária baiana me ensinou a ter paciência para extrair o melhor dos ingredientes e a respeitar suas origens.

“Minhas criações costumam ter sabor intenso e marcante.”

Chef Zona Sul Tarsila Lima

O que trabalhar fora do Brasil trouxe de diferente para o seu trabalho?

O ponto positivo de conhecer tantas culturas foi aprender a perder o medo de ousar. À medida que fui explorando culinárias tão diferentes, como do Oriente Médio, ou tão próximas, como a cozinha do México; exigentes como nos resorts americanos ou tão ricas como na Turquia ou Grécia, fui perdendo o medo de ousar, testando novos ingredientes e técnicas, ao mesmo tempo que aprendia a equilibrar os sabores.

Você já teve contato com grandes Chefs premiados. O que eles têm em comum?

Grandes chefs não começam entregando grandes resultados, mas nunca descansam no objetivo de que amanhã serão melhores do que hoje.

“Observar e trabalhar com chefs premiados me ensinou muito sobre constância em busca da perfeição.”

Chef Zona Sul Tarsila Lima

O que você considera sua especialidade na cozinha?

Apesar de ter trabalhado muitos anos com confeitaria no nordeste do Brasil e também ao redor do mundo, não considero que eu tenha uma especialidade. Acredito que minha especialidade é ser versátil e entregar bons pratos que podem ser reconhecidos por sabores e estética marcante.

O que você considera necessário para fazer um prato inesquecível?

Para fazer um prato inesquecível é preciso 50% de técnica e 50% de paixão. Técnica é a parte mais fácil, pois com a repetição, ao longo dos anos, adquirimos. Mas paixão precisa ser cultivada todos os dias, pois a paixão empregada na preparação do prato de ontem não garante um prato inesquecível hoje.

“É preciso cultivar a paixão pela cozinha e se deixar ser movido por ela diariamente.”

Chef Zona Sul Tarsila Lima

Por que você optou por morar no Rio de Janeiro?

Ao ter contato com chefs estrelados de todo o mundo nas Olimpíadas de 2016, o Rio de Janeiro me marcou de tal forma que eu iniciei um ciclo de descobertas. Ao viajar para fora do Brasil, decidi em seguida voltar ao meu país e escolher o lugar onde essas descobertas começaram. E foi assim que me tornei carioca de coração.

“Antes que eu escolhesse o Rio, o Rio me escolheu.”

Chef Zona Sul Tarsila Lima

Quais os maiores desafios de viver a rotina de uma rede gastronômica como o Zona Sul?

Surpreender e encantar diariamente, aproveitando todas as possibilidades gastronômicas que a rede oferece, antecipando-se aos desejos dos clientes e fazendo com que eles revisitem lugares e memórias. E, além disso, tornar o que seria uma ida ao mercado em uma experiência gastronômica.

Salada Bar no Zona Sul.

O que tem de diferente em ser uma Chef Zona Sul, em comparação à atuação em restaurantes ou cruzeiros?

A grande diferença se dá especialmente pelo contato diário com o público, o que eu considero uma vantagem. Geralmente em resorts e cruzeiros nós, chefs, somos chamados no salão do restaurante apenas quando o hóspede gosta muito do prato, mas no Zona Sul temos a oportunidade de escutar nossos clientes de perto e, através dessa troca, oferecer produtos com qualidade e receitas com uma personalização maior.

Nesse período de atuação no Zona Sul, você já notou alguma receita que já tenha feito sucesso?

O arroz com frutos do mar faz muito sucesso! Ele une muito do meu conhecimento de culinária regional com os sabores da gastronomia mediterrânea.

Por fim, um recado para quem ama gastronomia e pretende seguir o mesmo caminho.

Se você se vê fazendo qualquer outra coisa da sua vida, não siga na gastronomia. Mas se você escolheu a cozinha porque é o único lugar onde você consegue se ver no futuro, você tem grandes chances de ser feliz em sua carreira. Afinal, é preciso estar conectado ao amor pela gastronomia.

Tarsila Lima + Estação Sabores Zona Sul

Se você quer aprender mais receitas com o sabor marcante da versatilidade da Chef Tarsila Lima, fique de olho na agenda de aulas da Estação Sabores Zona Sul. Confira a programação completa e garanta seu ingresso que dá direito, além da experiência de aprendizado e degustação, a um cashback em cartão-presente!

Enquanto isso, aprenda a receita de uma das aulas que trouxe todos os sabores do Brasil para o menu! Os Chefs Zona Sul David Eleutério e Tarsila Lima prepararam peixe assado, acompanhado de cuscuz paulista de palmito e vinagrete de camarão e, para finalizar, uma deliciosa sobremesa: clafoutis de banana e chocolate flambado na cachaça.

Peixe assado com vinagrete de camarões e cuscuz paulista de palmito

Ingredientes para o peixe

  • 1 anchova de 1kg
  • 1 limão siciliano
  • 10g de sal de parrilha com ervas
  • 2 ramos de coentro fresco
  • 50mL de azeite de oliva

Ingredientes para o Vinagrete de Camarões

  • 1 porção de vinagrete Quasi Pronto
  • 2 limões sicilianos
  • 1 limão tahiti
  • 100 mL de azeite de oliva
  • 100g camarão 30/40 limpos (só com o rabinho)
  • 5g de sal

Cuscuz paulista de palmito

  • 0.5 L caldo de galinha Davozzi
  • 10g sal
  • 400g Palmito picado
  • 3 ovos
  • 150g de ervilha congelada
  • 150g de milho verde
  • 50g azeitona preta picada
  • 200g de molho de tomate para bruschetta
  • 1 cebola branca picada
  • 1 tomate cortado em rodelas
  • 50 mL de óleo de soja
  • 120g de farinha de milho amarela em flocos
  • 50g farinha de mandioca torrada
  • Sal a gosto

Modo de Preparo

  1. Tempere o peixe com o sal de parrilha e corte os limões em rodelas;
  2. Recheie o peixe com os limões e o coentro. Leve para assar por 20 min em forno preaquecido a 180º C;
  3. Aqueça o azeite numa frigideira e refogue rapidamente os camarões. Coloque um pouco do sal e raspas do limão siciliano, retire os camarões e junte o vinagrete Quasi Pronto, refogue bem e junte o suco dos limões;
  4. Acrescente os camarões e mantenha aquecido
  5. Cozinhe os ovos por 12 minutos depois da água ferver, dê choque térmico, descasque e corte em gomos, reserve;
  6. Numa panela aqueça o óleo e refogue a cebola, junte o palmito, as ervilhas, o milho verde e as azeitonas, refogue bem e junte o molho de tomate;
  7. Junte o caldo de galinha Davozzi e coloque as 2 farinhas mexendo bem. Acerte o sal;
  8. Passe óleo numa forma e decore com o tomate e os ovos, verta o cuscuz;
  9. Leve à geladeira para esfriar.

 Montagem

  1. Desenforme o cuscuz e corte de acordo com o formato desejado;
  2. Corte o peixe e sirva com o vinagrete quente e o cuscuz.

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