Tem gente que chama de biscoito, tem os que chamam de bolacha. Independentemente do nome, os variados petiscos são sempre requisitados para compor um café da manhã ou lanche. Mas se você só conhece crackers, recheados e rosquinhas, está na hora de viajar pelo mundo com a gente e conhecer com o biscoito tem muito pra contar. Separe seu cafezinho para degustar essas delícias!

Anote na agenda: dia 20 de julho é o Dia Nacional do Biscoito!

O biscoito na História

Assim como os pães, os biscoitos carregam muita história da civilização em sua origem. Muito mais antigos do que as receitas da vovó, os biscoitos (que ainda não eram chamados assim), nasceram na era neolítica, como uma forma alternativa de comer sementes e grãos. A partir da ideia de moer as sementes, misturar com água e secar no fogo, nasceu um alimento crocante e apetitoso, que podemos considerar o primo distante do biscoitinho.

Biscoito: parente distante dos pães, sempre acompanhando a história da civilização.

Foto: Fernando Mafra / Zona Sul

Um pouco mais à frente na linha do tempo, sabe-se que o petisco tinha grande fama no Egito, cuja receita continha mel, leite e canela, baseada no preparo do pão egípcio. Nem todo mundo sabia preparar, por isso o alimento era muito valorizado e a receita era passada de geração em geração. 

Já em Roma, o que hoje chamaríamos de biscoito era essencialmente pão, que era duplamente assado para torná-lo crocante, durar mais tempo e servir como alimento para soldados e viajantes.

De onde vem o nome?

O fato de ser duplamente assado tem relação direta com a origem do seu nome. O nome “biscoito” vem do latim bis (duas vezes) e coctus (cozido), uma vez que assar o alimento duas vezes era a “cereja do bolo” para torná-lo mais durável e sequinho. Em português, é a tradução do francês biscuit, termo criado no século XII. Em inglês, o nome apareceu por volta do século XIV e foi ganhando o mundo. 

A partir do século XVII, com a evolução tecnológica na gastronomia e com o maior acesso de todos aos ingredientes, além da influência italiana e francesa na culinária, os biscoitos começaram a ganhar novas formas desvinculando-se dos seus “parentes” pães e desdobrando-se em receitas doces e salgadas, do cracker ao petit four mundo afora.

Deu empate! A legislação utiliza o termo “biscoito ou bolacha” e a escolha de qual nome usar é uma questão regional.

Existe uma discussão sobre os termos “biscoito” e “bolacha” e alguns afirmam que as bolachas são recheadas e os biscoitos mais sequinhos. Mas na realidade, de acordo com a legislação, ambas as definições classificam o mesmo tipo de produto.

Os biscoitos pelo mundo

Assim como o pão, o biscoito é aquela parte da gastronomia que reflete diretamente os costumes de uma civilização. Eles podem ser aquela comfort food que remete à infância, podem representar as peculiaridades de uma região e podem até mesmo ser símbolo de um costume nacional. Não acredita? Conheça a história de alguns biscoitos famosos globalmente:

O chá inglês e o biscoito

Até o século XVIII, os biscoitos ainda eram consumidos principalmente como sobremesa na Grã Bretanha. Mas à medida que o chá se enraizou na cena social britânica, os biscoitos tornaram-se parte integrante de um novo ritual, que acabaria por se tornar conhecido como chá da tarde, ou o famoso chá das cinco.

Alguns biscoitos britânicos são clássicos para o chazinho: Savayer ou ladyfingers, a versão em inglês do famoso biscoito Champagne francês e os Cornish Fairings (ou ginger biscuits).

Biscoitos italianos

A Itália é repleta de regiões riquíssimas culturalmente. E abrindo mais o leque, essa regionalização acontece muito com os vinhos italianos com “denominação de origem”, com a diferença de que são regulados por órgãos de fiscalização e qualidade para manterem sempre a mesma identidade mesmo quando exportados.

Alguns tipos de biscoitos são famosos pela sua região como os Cantucci toscanos, Amaretti da Lombardia, Crostoli de Gênova, Regina e Cucciddati da Sicília, as bolachas recheadas milanesas, entre outros. Aproveite para pedir o seu biscoito italiano preferido agora sem sair de casa!

Biscoitos italianos que você encontra no Zona Sul. Foto: Fernando Mafra.

O biscoito Champanhe francês

O famoso biscoito das receitas dos pavês realmente foi criado na Corte francesa durante o reinado de Catarina de Médici, inspirado em um biscoito típico da cidade de Reims (na região de Champanhe), que costumava ser mergulhado na bebida que empresta seu nome à receita, o borbulhante Champagne.

Separe seu biscoito champanhe para preparar uma clássica receita com café, o tiramisú!

@zonasulsupermercado Vem aprender a fazer o Tiramisù mais fácil do mundo! #Gastronomia #Tiramisu #Café #ZonaSulTáOn #aprendanotiktok #minhareceitatiktok ? r&b loop – Official Sound Studio

Marranitos, o porquinho mexicano

Você sabia que no México biscoitos de gengibre em formato de porquinhos são parte da tradição do país? Feitos com melaço e gengibre, eles foram supostamente introduzidos no século XVI pelos colonizadores espanhóis.

O nome Marranitos deriva de Marran, a palavra formal em espanhol para porco. Mas também são conhecidos como Cochinitos de piloncillo, cochinitos e puerquitos e podem ser classificados também como pão doce (pan dulce).

Este doce fica muito bom mergulhado em leite gelado ou acompanhado de chocolate quente.

Cookie americano: bolo ou biscoito?

O termo Cookie tem sua raiz no alemão koekje que significa pequeno bolo. Reza a lenda que, no século XVII, os cozinheiros britânicos antes de assarem seus bolos faziam um teste com uma parte da massa para conferir se o forno estava na temperatura ideal. Sendo assim, os bolinhos “de teste” acabaram sendo adotados pelos britânicos como acompanhamento na hora do chá.

A receita chegou na América com a colonização alemã e britânica, e foi nos EUA que ela se popularizou bastante devido ao fácil acesso ao açúcar, que era muito mais caro no restante do continente americano.

Nos anos 30, o famoso cookie com gotas de chocolate foi criado por Ruth Wakefield, uma cozinheira de Boston, que testou colocar pedacinhos de chocolate meio amargo na massa esperando que derretessem e se integrassem ao cookie. Todavia, o chocolate não derreteu, mas a descoberta fez muito sucesso!

Hoje em dia, os cookies já não se parecem tanto com bolinhos e existem receitas mais crocantes e firmes, além das inúmeras opções de ingredientes especiais, como avelãs, confeitos e muito mais.

Receita de cookies de chocolate por Dominique Guerin

Para colocar o seu lado “chef” para produzir, siga o passo a passo do Expert Dominique Guerin para fazer seus cookies de chocolate em casa:

Cookies de chocolate por Expert Dominique Guerin.

Biscoitos com sabor de Brasil

A gente sabe: existem muito mais tipos de biscoitos do que espaço na despensa. Sendo assim, é uma tarefa quase impossível listar todas as receitas clássicas ou selecionar as mais famosas. Todavia, se olharmos um pouco mais pra dentro do nosso país, vamos encontrar algumas receitas bem verde e amarelas, que você certamente já experimentou algum dia. Confira:

Biscoito de polvilho, diretamente de Minas Gerais

A origem da receita é desconhecida, mas existem registros oficiais que mostram que o biscoito de polvilho era comum nas mesas dos fazendeiros mineiros no século XVIII. Uma delícia que, assim como o pão de queijo, tem o gostinho de Minas Gerais, uai!

Tudo indica que o biscoito de polvilho nasceu em Minas, assim como o pão de queijo!

O biscoito de polvilho se popularizou e se tornou até mesmo símbolo carioca, com os famosos biscoitos Globo (@biscoitogloboreal) que ganharam sua fama nas areias das praias do Rio (apesar de terem sido criados em São Paulo).

Diferentemente da maioria dos receitas, o biscoito de polvilho tem como um dos principais ingredientes o amido de mandioca. Sendo assim, ele é rico em carboidratos e, apesar da sua leve aparência aerada, deve ser consumido com equilíbrio, pois também engorda.

Sequilhos (ou amanteigados)

Chegou a hora de um biscoitinho com sabor de infância! O famoso biscoito que quase toda vovó prepara com seus netos, o sequilho também é conhecido como amanteigado e fica perfeito com um Me Bebe com Calma.

Os sequilhos são biscoitos tradicionais brasileiros feitos com uma combinação de amido de milho, fermento em pó, manteiga, leite condensado, ovos, baunilha e uma pitada de sal. A massa pode assumir qualquer forma, mas geralmente é enrolada em bolinhas e amassada com o garfo com fins decorativos.

Por serem sequinhos, como o nome sugere, combinam com sorvetes e mergulhados no café com leite.

Receita de biscoitos divertidos por Bia Souza

Ingredientes

  • 500g de amido de milho
  • 200g de manteiga
  • 395g de leite condensado (1 lata)
  • 1/2 colher de sopa de essência de baunilha

Modo de preparo

  1. Em uma tigela grande, junte o leite condensado, maizena, manteiga e a essência de baunilha.
  2. Misture os ingredientes com as mãos até formar uma massa lisa e homogênea.
  3. Modele como preferir, no tamanho e no formato.
  4. Forre uma assadeira com papel manteiga e coloque os biscoitinhos deixando um espaço entre eles.
  5. Leve ao forno preaquecido (150ºC) por aproximadamente 15 minutos. Importante acompanhar para que não fiquem muito dourados na parte de cima, pois podem ficar duros.
  6. Podem ser recheados com Nutella, doce de leite ou decorados com chocolates coloridos, utilizando saco de confeiteiro.

Goiabinha

O biscoito goiabinha utiliza um ingrediente que tem o sabor do Brasil: a goiabada! A goiabada foi criada aqui no nosso país como uma alternativa dos colonos portugueses para preparar a marmelada.

Para provar o clássico sabor do goiabinha, a dica é experimentar as delícias da Biscoiteria, que você só encontra no supermercado mais amado do Rio!

Pra comemorar com biscoito

Para comemorar o Dia do Biscoito nada melhor do que ter muuuuuita opção gostosa. Por isso, escolha o seu preferido e peça sem sair de casa. Mas pegue leve sempre, pois de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, os biscoitos recheados e salgadinhos de pacote fazem parte da categoria de ultraprocessados e não devem fazer parte da sua alimentação diária. Tudo sempre com equilíbrio e moderação, lembrando-se que no dia a dia, quanto mais cor no seu prato, melhor.