Dizem que um bom vinho é capaz de aquecer os mais gelados corações. Não seria diferente com a estação mais fria do ano. Para deixar o seu inverno mais aquecido e gostoso, basta abrir um bom vinho de inverno. Mas não se engane: não basta só escolher um tinto. Para descobrir o que torna um vinho um perfeito companheiro de inverno, fique de olho nas dicas do Expert Dionísio Chaves.

Aqui você vai ver:

Vinhos mais encorpados

Uma das características de vinhos de inverno é o fato de serem menos frutados e mais encorpados. Vinhos com notas de frutas ou florais são mais recomendados para dias mais quentes, enquanto notas de tabaco, madeira ou café vão bem com dias mais frios.

Alguns tipos de uvas dão origem a vinhos mais encorpados, como TannatCabernet Sauvignon, Malbec e ainda uvas italianas famosos como a Nebbiolo ou a Nero d’Avola. Já as variedades como a Gamay, Sangiovese ou Pinot Noir dão origem a vinhos menos estruturados e mais frutados.

Intensidade das uvas tintas. Infográfico Zona Sul.

Mas não é somente a variedade da uva que determina as características do vinho. Diversos são os fatores que influenciam no resultado da bebida, desde o terroir até o processo de envelhecimento. Sem contar as misturas entre uvas, técnica conhecida como corte, blend ou assemblage.

Uvas de intensidade média como a Tempranillo, por exemplo, apesar de não serem tão encorpadas, possuem um teor alcoólico mais alto, tornando o vinho uma boa pedida para os dias frios.

Vinhos de bom corpo combinam com queijos mais maturados, como Grana Padano, Parmeggiano e queijos curados.

Tintos encorpados também devem ser servidos em temperaturas mais altas, entre 18º e 20ºC. Já os de médio corpo podem ser servidos de 16º a 18ºC.

Experimente o tinto premiado Almaviva

Um vinho encorpado que merece sua atenção é o franco-chileno Almaviva. Entre os conceituados críticos, o vinho alcança 96 pontos por Robert Parker, 98 pontos por James Suckling, e 96 pontos pela renomada revista Decanter.

O Almaviva é um vinho encorpado, ideal para servir entre 18°C e 20°C, com guarda de até 5 anos, acompanhando pratos principais, como risotto com ragú e massas com molho arrabiata (molho de tomate com pimenta).

Taninos mais acentuados

Os taninos são substâncias presentes nas cascas das uvas e são responsáveis pela sensação de adstringência na boca, como uma leve “ressecada”. Um vinho com taninos bem perceptíveis é chamado de tânico.

Nos vinhos brancos e rosés a percepção de taninos é bem menor pois em seu processo de fabricação, eles ficam muito menos tempo em contato com as cascas das uvas. Já os tintos ficam em contato com as cascas, e os taninos dependem tanto da variedade da uva escolhida quanto do tempo de contato.

Um vinho tânico não é um vinho “amargo”. Pelo contrário: a adstringência combinada a outras características sensoriais como o corpo ou envelhecimento em madeira pode ser o grande trunfo do seu vinho de inverno.

Vinhos com taninos acentuados combinam com pratos mais gordurosos, pois a adstringência “limpa” o paladar. Exemplo: churrascos e assados.

Entre os exemplos de vinhos tânicos, estão os produzidos com as uvas Tannat, geralmente intensos, com grande intensidade de cor e excelente corpo. Outras uvas famosas pelos seus taninos são a Cabernet Sauvignon, Nebbiolo, Tempranillo e Merlot.

Tinto chileno Seña: potência mundial

Você pode experimentar todo o potencial de um vinho com taninos presentes apreciando o globalmente premiado vinho chileno Seña, que já foi classificado com 100 pontos pelo renomado crítico James Suckling.

Vinhos envelhecidos em madeira

Desde a antiguidade, os barris de madeira são utilizados para transporte e armazenamento das bebidas. A madeira é repleta de substâncias capazes de agregar valor ao vinho, como notas de tabaco, café, baunilha, entre outros.

Apesar do carvalho francês ser a espécie mais utilizada, existem diversas espécies de madeira pelo mundo. Todavia, não é somente o tipo de madeira que define a sua escolha pelos tanoeiros (fabricantes de barris), mas também a região na qual ele foi plantado (efeito terroir), tosta, tamanho dos barris e vida útil.

Entre os vinhos de inverno selecionados pelo Expert Dionísio Chaves, você encontra diversos exemplos de rótulos com envelhecimento em barris de madeira, como:

Tinto Argentino Antigal Uno Cabernet Sauvignon

O Antigal Uno é produzido no Valle de Uco, Argentina. Elaborado com a rainha das uvas tintas, o vinho é envelhecido de 8 a 10 meses em barricas de carvalho francês e americano, o que agregra complexidade ao exemplar.

De bom corpo, guarda até 3 anos e vai bem com bife ancho, ensopado de carne, queijos parmeggiano, camembert e massdam.

Bosco Del Grillo Governo All’Uso Toscano Geografico

O toscano Bolso Del Grillo é elaborado pelo método de vinificação chamado “Governo”, que consiste em uma lenta refermentação com adição do mosto de uvas secas (concentrado em açúcar). O processo de vinificação envolve a primeira fermentação em inox e a segunda durante quinze dias controlados a 18-22ºC. O vinho possui dez meses de maturação em barricas de carvalho francês.

O italiano é um blend de Sangiovese, Merlot e Cabernet Franc de corpo médio, taninos macios e guarda de até 3 anos. Excelente para acompanhar massas, pizzas, carne de porco, carnes assadas, churrasco, além de queijos como brie, gruyère e maasdam.

Licorosos

Se o assunto é esquentar, então os vinhos mais licorosos e fortificados não podem ficar de fora da lista, como o Vinho do Porto, que apresenta um teor alcoólico mais elevado.

Considerado um vinho doce ou vinho de sobremesa fortificado (o que é diferente de um vinho suave), o vinho do Porto recebe a adição de aguardente vínica durante seu processo de fermentação. Mas tal processo não faz dele suave. Afinal, a adição de aguardente vínica faz dele mais alcoólico e fortificado.

Dos vinhos licorosos, destacam-se os portugueses, como o Madeira e o vinho do Porto, o qual costuma ser o mais doce.

Apesar de serem muito famosos por sua harmonização com as sobremesas, principalmente no caso dos tintos e mais envelhecidos, os vinhos do Porto combinam muito bem com queijos mais curados, como os queijos azuis e com frutas secas.

Por ser mais alcoólico que os demais vinhos, o vinho do Porto é consumido em menos quantidade.

Para conhecer ainda mais opções para deixar o seu inverno aconchegante, o Expert Dionísio Chaves preparou uma seleção criteriosa com mais de 20 rótulos internacionais. A lista completa você encontra no catálogo de vinhos de inverno Zona Sul, com dicas de harmonização, passo a passo para um fondue perfeito e muito mais.

Um brinde ao inverno carioca de coração!