Viver mais ligado à natureza é o novo lema. O cidadão cosmopolita tem adaptado o seu estilo de vida para fazer caber um pouco mais de verde no seu dia a dia. Na gastronomia, por exemplo, tem crescido o número de pessoas que plantam ervas frescas para temperar suas receitas. E para isso não precisa de muito: luz do sol, amor e cuidado é o suficiente para fazer brotar um novo sabor para os seus pratos. Aprenda a fazer a sua hortinha com a gente!
Não é só sobre plantas
A busca incessante pela industrialização no século XX levou o mundo a um grande colapso no século seguinte, seja em âmbito global, com grande emissão de gases poluentes e desperdício de materiais, quanto no cenário individual. Com o ritmo mais acelerado de vida , doenças decorrentes de estresse, além de estafa, depressão, entre outras, foram as campeãs dos consultórios médicos nas últimas décadas.
No ápice da conectividade e da inteligência artificial, o mundo ainda se deparou com uma pandemia que radicalizou o cotidiano de todos. Atualmente, na era pós-pandemia, alguns hábitos já esquecidos voltaram a ganhar importância em um “novo normal”. Entre eles estão a conexão com a natureza, a busca por um estilo de vida mais saudável (incluindo a alimentação), o consumo consciente de um consumidor que verifica as iniciativas sustentáveis da empresa, o apoio aos pequenos produtores, entre outros.
Volta às raízes: a conexão com a natureza faz parte do novo estilo de vida no pós pandemia.
O movimento slow e a busca por uma vida melhor
A tendência atual, cujos millenials têm grande influência, é reduzir o ritmo, e o movimento tem nome: slow living ou slow life, que significa desacelerar para dar tempo a atividades prazerosas que trazem felicidade. A ideia é fazer o melhor e não o mais rápido possível.
De forma geral, o movimento começou na década de 80 com o slow food, um caminho contrário de produtores e restaurantes ao fast food, que trabalhava a favor do respeito ao tempo de produção do alimento, da colheita da matéria-prima à garfada final.
Viver slow é respeitar o tempo de cada processo, focando no bem-estar e mantendo a saúde emocional.
O mesmo princípio atualmente está sendo seguido na moda, na decoração e em outros ramos de atuação, com nomes distintos cuja raiz está no movimento slow. A ideia não é fazer os processos de forma mais lenta, mas de forma mais consciente, com equilíbrio e sem excessos.
A filosofia slow foca nas decisões conscientes no lugar da ação por impulso, para vivermos mais e melhor.
Por isso, se você quer unir o prazer de consumir um alimento fresco, orgânico e ainda por cima ter o prazer de cuidar de uma plantinha e fazer parte do seu desenvolvimento, você vai gostar de fazer sua própria hortinha, mesmo que seja no refúgio verde do seu lar.
Plantando sua hortinha
Para começar a cultivar sua horta urbana, seguir alguns passos podem facilitar o seu trabalho e ajudar no sucesso do desenvolvimento da sua planta. O primeiro é garantir que você não vai esquecer de cuidar bem delas. Anote as demais etapas:
Escolha ervas aromáticas e temperos “fáceis” e que combinem com seu gosto
Como a ideia aqui é cultivar ervas e temperos para consumo próprio, não faz muito sentido plantar hortelã, por exemplo, se você não suporta a ideia de colocar hortelã nas suas receitas. Por isso, escolha ervas que combinem com o seu gosto.
Levando isso em conta, é importante saber as plantas que se adaptam bem ao nosso clima e que desenvolvem bem mesmo em ambientes domésticos. As opções consideradas fáceis que costumam se adaptar bem em vasos são:
- Ervas aromáticas como salsa, coentro, manjericão, cebolinha, orégano, segurelha, alecrim. Alecrim e coentro não gostam muito de frio e se adaptam muito bem ao verão carioca.
- Pimentas como pimenta caiena e pimenta dedo-de-moça. As pimentas adoram sol e devem ser regadas sempre que a terra se apresentam levemente seca, de preferências às manhãs.
- Gengibre: para plantar gengibre basta ter um pedaço da raiz e deixar uns dois dias submerso em água morna. Os brotos aparecerão e, com isso, ele pode ser plantado. Evite deixar seu gengibre diretamente exposto ao sol e regue-o com frequência.
Se você não se sentir à vontade para começar plantando sementes, adquira plantas “bebês” e continue a cultivá-las em casa, transplantando-as para vasos adequados.
Escolhendo os vasos
A escolha dos vasos é de extrema importância para que suas plantas cresçam com saúde. Ao escolher um vaso, atente-se para não escolher um vaso pequeno demais para sua planta, pois ela irá crescer e precisará de espaço. O gengibre por exemplo, precisa de mais espaço longitudinal, pois a raiz cresce para os lados.
Algumas plantas se adaptam bem em solos mais arenosos, como o orégano, enquanto outras precisam de mais umidade, como manjericão e salsa. Já o alecrim e a hortelã crescem ainda mais bonitos se plantados juntos. Cada planta tem sua característica, por isso, o vaso e o solo precisam estar de acordo com cada detalhe.
A escolha do material do vaso também faz a diferença, já que vasos de barro absorvem mais água do que os de plástico. Na dúvida, opte pelo de plástico que mantém mais umidade e você pode medir melhor a necessidade de rega da planta.
Na dúvida, prefira vasos com no mínimo 15cm de profundidade e de plástico, que mantêm a umidade.
Existem também vasinhos auto irrigáveis, que mantêm o solo úmido por mais tempo. Você pode fazer vasos e sistemas irrigáveis utilizando materiais recicláveis, como garrafas Pet. Para mais ideias sobre sistemas de plantio com recicláveis e informações detalhadas sobre cada etapa do plantio, baixe a publicação Horta em Pequenos Espaços da Embrapa.
O solo ideal
A terra onde se planta também faz a diferença. Um solo bem adubado e oxigenado permite que sua planta cresça com saúde. Você pode adquirir terra comum e misturar a um composto orgânico e húmus de minhoca em um local especializado, como um horto, por exemplo.
Para montar seu vasinho, espalhe uma camada de pedras ou argila no fundo do vaso. Sobre ela, espalhe uma fina camada de areia. Por cima, adicione a terra preparada para o plantio e pronto, seu vaso está perfeito para receber uma nova plantinha.
Poda constante
Depois que você planta seu tempero e ele cresce e fica bem robusto, pode dar até uma certa “pena” em pegar suas folhas para consumir. Mas a boa notícia é que a poda é essencial para que as plantas cresçam ainda mais saudáveis. Se você não utilizá-las com frequência, elas podem murchar e até secar. O mesmo acontece com as pimentas.
Se você tem medo de podá-las do modo errado, fique de olho nas dicas:
- Plantas de caule rígido, como o alecrim: escolha sempre os ramos mais compridos para cortar, de preferência de 5 a 7 cm do final do ramo.
- Plantas de caule semirrígido como o manjericão e hortelã: pode o ramo logo acima da bifurcação.
- Poda total: a poda total pode ser feita quando a planta está enfraquecida ou foi atacada por pragas. Isso permite que ela rebrote. O corte pode ser feito próximo da base.
Os raminhos que foram podados, no caso de plantas saudáveis, podem facilmente ser utilizados na cozinha!
Além dos cuidados acima, é importante conhecer cada espécie escolhida para saber qual a frequência de rega, se ela é uma planta que se adequa bem à incidência direta de sol ou a ambientes internos, entre outras informações.
Como utilizar ervas frescas e temperos na gastronomia
Com plantas e hortaliças dentro de casa, fica ainda mais fácil preparar receitas aproveitando sabores, aromas e benefícios de cada uma delas. Por isso, inspire-se em ideias para utilizar ervas frescas na gastronomia e até mesmo na coquetelaria, finalizando seus drinks com aquele toque especial.
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