O que são uvas autóctones? Nativas de certas regiões, algumas variedades são bem específicas e reservam características peculiares do seu local de origem. Os países que lideram o ranking de uvas “próprias” são Itália, França e Portugal. Enquanto muitas dessas uvas são mundialmente conhecidas, outras ficam longe dos holofotes, apesar da qualidade. Será que você conhece essas uvas diferentonas?
Aqui você vai ver:
- Itália: campeã das uvas nativas
- As uvas francesas
- Portugal entra na lista
- Para saber mais sobre o mundo dos vinhos
Itália: campeã das uvas nativas
A Itália é o maior produtor mundial de vinhos. Não por acaso, os gregos já chamavam a região de Enotria, ou “terra dos vinhos”, tamanha a capacidade do território para a produção vinícola. É também o país do mundo que mais possui uvas autóctones, ou seja, uvas exclusivamente cultivadas em seu território, seguido da França e Portugal.
O país é divido em 20 regiões vinícolas principais e todas elas produzem vinhos DOC (denominação de origem controlada), que utilizam uvas autóctones e regras específicas de produção. Somados aos vinhos DOC estão os IGT, de indicação geográfica, que também seguem normas específicas e precisam ter 85% de uva regional na sua composição.
Entre os vinhos regionais bem famosos estão os toscanos e os supertoscanos, assim como o espumante Prosecco, exclusivo de Vêneto.
Mas nem todas as uvas costumam ser lembradas “de primeira”. O que certamente não é o caso da Sangiovese, por exemplo, famosa pela sua leveza e harmonização com pizzas e massas. Conheça algumas variedades incríveis e mais “diferentonas” que merecem sua atenção.
Catarratto
Catarratto é uma uva branca cultivada na Sicília, ilha localizada ao sul da Itália. Apesar de ser cultivada quase exclusivamente na ilha, presente em mais de 60% dos vinhedos locais, é uma das variedades mais plantadas na Itália.
Por ser uma uva siciliana, costuma ser utilizada em vinhos varietais e blends DOC, como Alcamo Doc e Etna DOC. A uva também é utilizada na produção de vermute e de vinhos Marsala, o “primo italiano” do vinho do Porto.
Vinhos DOC são vinhos de denominação de origem controlada, ou seja, seguem regras específicas de produção local e devem atender a um único controle de qualidade.
A casta produz vinhos com sabores neutros de frutas, interessantes e frescos. Geralmente utilizada em vinhos jovens, alguns vinhos Etna DOC Catarratto costumam ser envelhecidos em carvalho para uma maior profundidade e complexidade.
Também é conhecida pelos nomes Catarratto Bianco, Comune ou Lucido.
Vinho branco Arpeggio Catarratto
Quer experimentar um vinho siciliano Catarratto? Produzido pela Cantine Settesoli, o branco Arpeggio IGT é um vinho leve, fresco, mineral e fácil de beber. Deve ser servido entre 8 e 10ºC, ideal para a ocasião de entrada, harmonizando com carpaccios e saladas.
O vinho branco Arpeggio possui certificação IGT, que garante que pelo menos 85% das uvas utilizadas são da região tradicional indicada.
Nerello Mascalese
Uva tinta muito utilizada na Calábria e na Sicília, a Nerello Mascalese é amplamente cultivada nas encostas do Monte Etna, região vulcânica onde também são cultivados os pistaches conhecidos como “ouro verde”.
Sua nomeclatura Nerello deriva de uma das suas principais características, a coloração escura das uvas, também presente na Casta Nerello Cappuccio, outra variedade de mesma família.
Uma variedade de colheita tardia e boa resistência a pragas.
Os vinhos elaborados com essa variedade de uva são frescos e frutados, com taninos presentes, boa acidez e bastante mineralidade. Geralmente combinada à uva Nero d’Avola em blends sicilianos, dá origem a vinhos tintos em grande maioria, mas também pode originar rosés diferenciados.
Vinhos com Nerello Mascalese: tinto e rosé Arpeggio
Para experimentar a potência dessa uva autóctone italiano, experimente os vinhos Arpeggio, diretamente da Sicília para o supermercado mais amado do Rio.
O tinto Arpeggio possui corpo médio, ideal para consumo imediato e temperatura de serviço de 16 a 18ºC. Perfeito para acompanhar o prato principal, é ótimo com massas com molho vermelho, carnes magras e pizzas.
Já o rosé Arpeggio, blend de Nerello Mascalese com Nero d’Avola, possui corpo leve, ideal para consumo imediato e deve ser servido entre 8 e 10ºC. Perfeito para entradas, vai bem com saladas, peixes e queijos frescos. Mineral e fácil de beber.
Nero d’Avola
A uva Nero d’Avola é a uva tinta mais representativa da Sicília e seu nome quer dizer significa “uva negra da cidade de Avola”, localizada no sudeste da ilha.
Conhecida também como Calabrese, a variedade dá origem a vinhos mais tânicos, com boa acidez. Quando envelhecida por pouco tempo, produz vinhos elegantes e mais frutados; já com envelhecimento longo em barris de carvalho produz notas de tabaco e chocolate.
A uva também é utilizada em rosés e em blends de tintos, geralmente com as variedades Frappato e Syrah.
Vinhos Nero d’Avola costumam ser comparados aos Cabernet Sauvignon.
Tinto Nero d’Avola Inycon
Ao escolher um Nero d’Avola tinto, pode ter certeza que ele irá muito bem com especiarias e pratos mais condimentados, como o siciliano Inycon. De corpo médio, guarda até 3 anos, acompanha pratos principais e deve ser servido de 16 a 18ºC.
Vai bem com massas de molhos vermelhos, carnes grelhadas, pizzas apimentadas e risotto de funghi.
Rosé Nero d’Avola Inycon
Já para os dias mais quentes, o rosé Nero d’Avola Inycon é a escolha perfeita. Acompanha bem saladas, carpaccios, queijos frescos e peixes leves. Sirva de 10 a 12ºC.
As uvas francesas
A França é um berço de uvas que se adaptaram bem em outros tipos de clima e solo. Entre as uvas francesas mais famosas estão algumas cepas que conquistaram seus lugares em outros países com facilidade, como a Carménère, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Pinot Noir, entre outras. Conheça os vinhos Vin de France e saiba mais.
Vin De France é a denominação de origem dedicada aos vinhos produzidos a partir de variedades de uvas francesas.
Entre as regiões francesas de mais sucesso estão Bordeaux, com o blend irresistível conhecido como corte bordalês, e Champagne, que dá origem aos espumantes mais famosos do mundo.
Entretanto, apesar da popularidade das uvas francesas, algumas variedades não são tão badaladas, como é o caso da Viognier, Cinsault, Colombard, Chenin ou Marselan. Conheça algumas uvas francesas menos “pop”, mas que produzem vinhos admiráveis:
Viognier
Viognier de France é uma variedade de uva branca rara que gera vinhos únicos, que combinam leveza e presença, capazes de aliar corpo e acidez.
Pode ser combinada de uma forma que outras castas não conseguem, por exemplo com aspargos verdes grelhados, lagostins e receitas exóticas e refinadas. Vai bem com sushi e sashimi.
Que tal provar uma uva francesa com sabor de Brasil? O vinho branco Collezione Viognier RAR é produzido em Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul.
“RAR Viognier é uma bela expressão da variedade. Apresenta notas de frutas frescas, flores brancas e ervas finas. Tem ligeira untuosidade, frescor, equilíbrio e final de boca cremoso.”
Expert em Vinhos Dionísio Chaves
Cinsault e seus muitos nomes
A uva Cinsault não é tão desconhecida assim, mas o curioso é saber que existem mais de cem denominações para a mesma uva mundo afora. Na África do sul, por exemplo, é chamada de Hermitage; Black Prince na Austrália, Ottavianello na Itália, entre muitos outros. Na França, seu cultivo destaca-se na região de Languedoc-Roussillon.
Sua nomenclatura Hermitage, deu origem ao nome Pinotage, cruzamento da casta com a Pinot Noir, na África do Sul.
Extremamente versátil, pode dar origem a vinhos monovarietais e blends, tanto tintos quanto rosés. Vinhos Cinsault costumam serem fáceis de beber, perfeitos para refeições leves. Os tintos mais jovens podem ser até mesmo consumidos gelados! Dependendo, porém, do tipo de envelhecimento, é possível obter tintos elegantes e complexos.
Que tal experimentar um legítimo francês rosé de Languedoc-Roussillon, blend de Syrah e Cinsault? O vinho rosé Laurent Miquel Pére et Fils é leve e harmonioso, é ideal para acompanhar peixes, frutos do mar, pizzas e queijos frescos.
“Assemelha-se aos bons exemplares da Provence. Vinho para momentos de descontração e comidas leves.”
Expert Dionísio Chaves
Portugal entra na lista
Não tem como falar de uvas diferentes mencionar Portugal. Afinal, depois de Itália e França, é o terceiro país com mais uvas autóctones do mundo! São mais de 280 tipos de uvas cuja produção está atrelada a regiões específicas, assim como o tipo de vinho produzido.
Entre as uvas portuguesas estão Antão Vaz, Arinto e Roupeiro, entre as brancas. Já entre as tintas, destacam-se Aragonez, Trincadeira, Touriga Nacional, Castelão, entre outras.
O vinho do Porto, mundialmente conhecido, por exemplo, é uma combinação de uvas provenientes da região do Douro, como a Touriga Nacional e Tinta Roriz.
Para saber mais sobre o mundo dos vinhos
Se você é apaixonado pelo mundo dos vinhos e todas as possibilidades que a arte da fermentação das uvas pode proporcionar, baixe o catálogo de vinhos de primavera Zona Sul e confira a seleção completa de rótulos feita pelo Expert Dionísio Chaves.
A estação do ano que antecede o calor carioca pode ser mais gostosa e surpreendente com as dicas de vinhos e harmonização do supermercado mais amado do Rio pra você. Um brinde à primavera!