Ao amigo e ao vizinho, o melhor pão e o melhor vinho. O ditado português deixa claro que para todas as visitas e para todos os momentos existe um vinho ideal. Todavia, o vasto leque de opções e os mitos populares sobre a bebida dos deuses pode intimidar quem deseja de fato agregar um sabor a mais aos seus melhores momentos. A fim de sanar as dúvidas dos admiradores de vinhos, o Expert Zona Sul Dionísio Chaves enumera os tipos de vinhos quanto à sua leveza e ocasião de consumo. Acompanhe o guia e separe agora mesmo sua taça!

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Classificação por leveza

Para conhecer os tipos de vinhos, o Expert Dionísio Chaves ajuda a compreender o melhor momento de consumo de acordo com a “leveza” dos mesmos e com a temperatura de serviço. Começando pelos queridinhos dos dias de calor, os espumantes até os mais licorosos e alcoólicos vinhos do Porto. Confira o seu guia e escolha o seu vinho preferido no supermercado mais amado do Rio.

Espumantes

Na escala do clima quente para o frio, os espumantes, assim como os rosés e brancos mais frutados são ideais para serem ingeridos geladinhos. Refrescantes e com o toque efervescente do perlage (as famosas bolhas), os espumantes acompanham refeições leves, saladas, antepastos, frutos do mar e, dependendo da doçura do espumante, até mesmo sobremesas.

A doçura dos espumantes é definida através do licor de expedición, uma mescla da bebida e do açúcar para definir a sua classificação. De forma geral, um espumante Nature é o menos doce, sem adição de açúcar, seguido pelo Brut, apresentando até 15 g de açúcar por litro. Em seguida, o Sec, que apresenta até 20g/litro. Já um Demi-Sec apresenta a maior quantidade de açúcar, contendo até 50g por litro. Os mais doces são os do tipo Moscatel ou Doux.

Nível de doçura dos espumantes. Infográfico por Zona Sul.

Os espumantes são elaborados da mesma forma que os vinhos, todavia passam por uma dupla fermentação, o que confere a eles a tão conhecida efervescência. Eles também são elaborados a partir do mosto das uvas e não das cascas, o que faz do espumante uma bebida sem tanicidade, ou seja, sem aquela sensação de adstringência que alguns vinhos tintos possuem. A cor clara da bebida independe do tipo de uva utilizada (branca ou tinta), pois a cor escura é oriunda das cascas das uvas.

Espumantes e vinhos rosés entram em contato com as cascas das uvas tintas durante poucas horas, o que não confere taninos ao vinhos. Já os tintos podem ficar dias nesse processo.

Os métodos mais conhecidas para a realização da segunda fermentação dos espumantes são o Charmat e o chamado de Clássico ou Tradicional, o Champenoise. No método Charmat, a segunda fermentação é feita em um grande tanque de fermentação de aço inoxidável denominado autoclave. Já no Champenoise, o processo é realizado dentro da própria garrafa, o que ocorre de forma mais lenta.

Os espumantes são conhecidos por diferentes nomes de acordo com a região em que são produzidos e de acordo com o método de produção. Por exemplo, o famoso Champagne é produzido na região de mesmo nome, na França e segue o método Champenoise. O Prosecco é produzido em Vêneto, na Itália e os do tipo Cava, na Espanha.

Vinhos brancos e rosés

Os vinhos brancos e rosés, assim como os espumantes, são elaborados a partir do mosto das uvas (a parte prensada dos frutos separada das cascas) e, como visto anteriormente, também não possuem taninos. A diferença, no entanto, está no fato de não passarem por uma dupla fermentação, resultando em bebidas sem o perlage dos espumantes.

Por serem servidos em temperaturas mais baixas, geralmente entre 10 e 12ºC, os brancos e rosés também são boas opções para os dias mais quentes e refeições mais leves. Todavia, alguns vinhos rosés e brancos mais estruturados, fermentados em barris de madeira, podem ser servidos em temperatura mais alta, desmistificando o estereótipo de “vinhos de verão”.

Entre as uvas mais famosas dos vinhos brancos estão as cepas Chardonnay e Sauvignon Blanc. Já em Portugal, por exemplo, é possível encontrar o Vinho Verde, que na realidade se trata do nome de uma das maiores regiões produtoras de vinho do país, conhecida pela produção de vinhos brancos com alto frescor.

Quanto aos rosés, não há como mencionar esse tipo de vinho sem remeter à região de Provence, na França, conhecida como a capital dos rosés. Os vinhos rosés de denominação controlada da região são famosos pela tonalidade “casca de cebola”, mais clara e alaranjada. São versáteis e vão bem com comida japonesa, ceviches, saladas, frutos do mar e queijos leves, como o queijo de cabra.

Entre as possibilidades de tonalidades vinhos rosés é possível encontrar desde a cor conhecida como “casca de cebola” ao rosa cereja, quase tinto.

Tintos leves e fáceis de beber

Os vinhos tintos geralmente são deixados de lado em dias mais quentes. Mas não precisa ser assim. É possível apreciar um bom vinho tinto em um dia de calor, basta saber escolher o tinto certo para a ocasião.

Para isso, o ideal é optar por vinhos menos estruturados. Ou seja, mais frutados, de boa acidez e que de preferência não passaram por barricas de carvalho. Entre as principais características para um vinho tinto mais leve estão:

  • Taninos mais sutis;
  • Maior acidez (exemplo: os frutados);
  • Vinhos que não passaram por barricas de carvalho;
  • Possibilidade de servir em menor temperatura (veja o rótulo)

Outro engano também costuma ocorrer quanto à nomenclatura: um vinho fácil de beber não é um vinho suave, tampouco um vinho doce. Geralmente são vinhos leves. Um vinho leve é um vinho seco de pouca estrutura para consumo imediato, como a maioria dos brancos e rosés, e vinhos mais frutados como os provenientes das uvas Gamay, Sangiovese e Pinot Noir.

Vinhos tintos leves de verão também são tendência na versão em lata, para levar para a praia ou para o piquenique, na sua ecobag Amo Rio.

Por fim, uma preciosa dica do Expert Dionísio Chaves para encontrar um tinto mais leve, conhecido como “vinho de entrada” é optar por vinhos varietais (produzidos com uma única uva), pois a identificação das características sensoriais da casta utilizada se torna mais fácil do que em um blend.

Tintos de médio corpo e encorpados

O contrário dos vinhos leves e fáceis de beber são os considerados “vinhos de inverno”, que são menos frutados e mais encorpados, com notas de tabaco, madeira ou café. E no “meio do caminho” há ainda os de médio corpo, que combinam com carnes, pratos menos condimentados e queijos com olhaduras.

Os vinhos mais encorpados são geralmente servidos em dias mais frios pois devem ser servidos em temperaturas mais altas, entre 18º e 20ºC. Já os de médio corpo podem ser servidos de 16º a 18ºC.

“Vinhos mais tânicos combinam com pratos mais gordurosos e condimentados, pois a adstringência ajuda a limpar o paladar, permitindo uma nova experiência a cada gole.”

Expert Dionísio Chaves

Alguns tipos de uvas dão origem a vinhos mais encorpados, como TannatCabernet SauvignonMalbec e ainda uvas italianas famosos como a Nebbiolo ou a Nero d’Avola. Já entre as uvas que dão origem a tintos de menor corpo estão as variedades Pinot Noir, Carménère e Merlot, enquanto para corpo médio estão as uvas Tempranillo e Syrah.

Intensidade das uvas tintas. Infográfico por Zona Sul.

Além das variedades de uvas escolhidas, há também o processo de envelhecimento em barricas de madeira, principalmente o carvalho. O vinho absorve alguns aromas da madeira como baunilha, cravo, canela, especiarias, cacau, café, etc. Esse processo provoca também uma micro-oxigenação, fazendo com que o vinho sofra uma ligeira evolução aromática e gustativa.

Uma das uvas que merece destaque na elaboração de vinhos de médio e bom corpo é a Cabernet Sauvignon, a rainha das uvas tintas, cuja característica principal é a versatilidade. Os rótulos mais leves produzidos com a uva podem abrir uma reunião de amigos, combinando com aperitivos e antepastos. Já os mais encorpados podem acompanhar carnes mais gordurosas ou massas com molhos mais picantes, além de um apetitoso churrasco.

Vinhos de sobremesa e fortificados

Os vinhos de sobremesa são aqueles que contém uma dose mais elevada de açúcar do que os demais. Tal açúcar não é adicionado posteriormente como em um “vinho suave”, mas é proveniente do seu processo de produção. Entre esses processos estão a colheita tardia, passificação, botritização, entre outros.

Já um vinho de sobremesa fortificado é assim classificado por ter um teor alcoólico mais alto que os demais. Isso porque o processo de obtenção de açúcar residual está na adição de aguardente vínica. Com isso, as leveduras param de trabalhar. Quando a fermentação é interrompida, sobra mais açúcar residual. Logo, o vinho fortificado é mais doce, mas por outro lado, mais alcoólico, devido à adição de aguardente vínica.

Vinhos de sobremesa adicionados de álcool também são chamados de licorosos.

Entre os vinhos de sobremesa fortificados conhecidos estão o Madeira e o vinho do Porto que costuma ser o mais doce, e se subdivide em diferentes tipos como o Ruby, Tawny, Colheita, Vintage e Late Bottled Vintage (LBV).

Apesar de serem muito famosos por sua harmonização com as sobremesas, os vinhos licorosos também combinam muito bem com queijos mais curados, como os queijos azuis e com frutas secas.

Aproveite e confira como montar uma tábua de queijos para receber os amigos, harmonizando com as bebidas ideais para cada etapa da degustação por André Guedes, Expert em Queijos e Frios Zona Sul.

Como montar uma tábua de queijos por André Guedes.

Baixe os catálogos de vinhos Zona Sul

Para ficar por dentro das melhores seleções de rótulos para o clima ideal, confira os catálogos de vinhos Zona Sul. Além dos vinhos e espumantes escolhidos pelo Expert Dionísio Chaves, as publicações contam com dicas de harmonização, receitas e curiosidades sobre o universo da enogastronomia.